A Inter Research divulgou nesta terça-feira (17) uma análise detalhada sobre as 10 maiores empresas do Ibovespa (IBOV), avaliando se suas ações estão baratas ou justamente precificadas no atual cenário de mercado.
O analista Matheus Amaral lembra que o Ibovespa negocia atualmente a cerca de 7,4 vezes o lucro esperado para 2025, o que pode ser visto como subvalorizado representando uma possível oportunidade para investidores.
Amaral argumenta que, apesar dos desafios macroeconômicos e da volatilidade, as perspectivas de crescimento de várias dessas empresas são animadoras, especialmente para aquelas ligadas a commodities e bancos. Ele menciona que, em um cenário de normalização das taxas de juros e melhora nas condições globais, algumas dessas empresas podem registrar desempenhos expressivos.
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No entanto, o analista também ressalta que nem todas as ações do top 10 estão de fato “baratas”. Para algumas, o preço parece justo, refletindo os desafios enfrentados pelas companhias, seja devido a pressões regulatórias ou por mudanças na estrutura de governança.
Com isso em mente, Amaral destaca a importância de olhar para o longo prazo e manter atenção aos fatores que podem impulsionar o desempenho das empresas. Ele observa que a bolsa brasileira, historicamente, já passou por períodos piores de precificação, mas com fundamentos empresariais que, atualmente, mostram força e resiliência.
Entre as ações analisadas no Ibovespa, setores como mineração e petróleo parecem apresentar as maiores assimetrias, com empresas negociando abaixo de suas médias históricas. Já no setor bancário, as instituições financeiras mostram uma recuperação gradual, enquanto os segmentos de consumo e energia enfrentam desafios adicionais.
Confira a lista das 10 maiores empresas do Ibovespa:
Vale (VALE3): Negocia a 4,5x lucro esperado para 2024 e 3x EV/EBITDA, o que é considerado barato em relação à média histórica da empresa e a suas concorrentes internacionais. A desaceleração da China impacta o minério de ferro, mas o ciclo ruim pode representar uma oportunidade de compra. Veredito: Barato.
Petrobras (PETR4): Com um valuation de 4x lucro esperado para 2025 e 2,8x EV/EBITDA, a petroleira estatal é vista como barata. Apesar dos riscos políticos, a empresa apresenta uma geração de caixa robusta e um dividend yield atrativo. Veredito: Barato.
Itaú (ITUB4): O maior banco privado do Brasil negocia a 8x lucro esperado para 2025 e 1,7x P/B, o que é considerado justo para um banco que tem mostrado boa adaptação às novas tendências e se beneficiado da recuperação econômica. Veredito: Barato.
Bradesco (BBDC4): Com um P/B de 0,9x e 7x lucro esperado, o banco de Osasco enfrenta desafios, mas suas recentes reestruturações e melhorias nos resultados indicam um futuro promissor. Veredito: Barato.
Banco do Brasil (BBAS3): O banco público negocia a 0,8x valor patrimonial, apesar de ser o mais rentável do setor. Sua carteira de crédito defensiva e dividendos altos o tornam atraente. Veredito: Barato.
Eletrobras (ELET3): A empresa elétrica está precificada a 9x lucro e 6x EV/EBITDA. O mercado precifica os desafios de governança pós-privatização, mas há potencial de melhoria operacional no longo prazo. Veredito: Justo.
B3 (B3SA3): A única bolsa do Brasil negocia a 13x lucro, com um ROE de 24%. Os desafios no mercado de renda variável e a ameaça de concorrência mantêm a ação a um preço justo. Veredito: Justo.
Weg (WEGE3): A fabricante de motores elétricos negocia a 32x lucros, considerada cara, mas suas boas perspectivas de crescimento justificam o valuation elevado. Veredito: Justo.
Sabesp (SBSP3): A empresa de saneamento, recentemente privatizada, apresenta múltiplos de 15x lucro e 7x EV/EBITDA, com boas perspectivas de crescimento e ganho de eficiência. Veredito: Barato.
Ambev (ABEV3): A gigante de bebidas negocia a 13x lucro, enfrentando pressão de concorrentes e desafios em suas margens, o que mantém seu preço justo. Veredito: Justo.
No geral, a análise da Inter Research aponta que 6 dessas 10 empresas estão subvalorizadas, representando boas oportunidades de compra para investidores de longo prazo.