O Itaú BBA revisou sua análise sobre as ações da Hypera (HYPE3), elevando o preço-alvo de R$ 35 para R$ 37 por ação, o que representa um potencial de valorização de 31% em relação aos níveis atuais, mostra um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (20).
Apesar dos desafios operacionais enfrentados pela empresa em 2024, como aumento na demanda por produtos genéricos e pressões nas margens de Ebitda, o analista Vinicius Figueiredo acredita que a Hypera continua sendo um dos casos mais sólidos a longo prazo no setor farmacêutico.
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Segundo o relatório do Itaú BBA, o desempenho operacional da empresa foi impactado de forma mais severa do que o esperado, principalmente devido à maior competição no segmento de genéricos e à diminuição dos casos de síndromes respiratórias. “Os desafios enfrentados pela indústria farmacêutica foram mais graves do que havíamos previsto, levando a uma maior pressão sobre o desempenho operacional da Hypera”, afirmou Figueiredo.
A expectativa é de que esse cenário desafiador continue ao longo do segundo semestre de 2024, o que pode afetar as margens de Ebitda da empresa. O Itaú BBA projeta que, embora a empresa deva alcançar seu guidance de receita para 2024, haverá uma queda de 5% no Ebitda em relação ao que havia sido previsto.
“Um início de ano mais ameno em termos de margem bruta, combinado com o foco crescente da empresa na competitividade no segmento de genéricos, pode impactar as margens no segundo semestre”, destacou o analista.
Outro ponto de preocupação para os investidores, segundo o relatório, é a questão tributária. O Itaú BBA aponta que a discussão em torno da tributação retroativa do benefício fiscal do ICMS tem gerado incertezas adicionais. “Embora a empresa não tenha alterado o pagamento de imposto de renda em sua demonstração de resultados, muitos analistas do buy-side já consideram a perda desse benefício tributário em suas análises de múltiplos P/L”, explica Figueiredo.
Pressão nas margens da Hypera
A pressão nas margens operacionais, combinada com um nível elevado de alavancagem financeira e estoques maiores, deve limitar o fluxo de caixa livre (FCF) da Hypera no curto e médio prazo. O Itaú BBA projeta um rendimento de 4% de FCFE para 2025, um patamar abaixo dos níveis históricos da empresa. No entanto, o analista considera que esse rendimento ainda apoia uma desalavancagem sólida da empresa ao longo do tempo.
Apesar desses desafios, o Itaú BBA mantém uma visão positiva sobre a Hypera a longo prazo. A empresa é vista como uma das líderes no setor farmacêutico, com um portfólio robusto e boas perspectivas de geração de caixa. “Embora reconheçamos que falhamos em antecipar essas tendências desde o final do ano passado, acreditamos que a empresa está atualmente sendo negociada a um múltiplo de P/L atraente de 11,6 vezes para 2025”, ressalta o relatório.
Figueiredo também destaca que a Hypera está subvalorizada em relação ao seu potencial, especialmente após uma queda de 20% no desempenho das ações no ano. O analista acredita que o valuation atual é convincente para uma empresa líder com forte geração de caixa e um portfólio sólido. A recomendação para as ações é outperform (desempenho acima da média do mercado).