Os investidores locais em ações estão cautelosos com o cenário fiscal e avaliando o impacto de um cenário de alta da Selic e queda dos juros pelo Federal Reserve, principalmente após uma alta de quase 10% em julho e agosto.
Segundo o BTG Pactual, o mercado está preocupado com a situação fiscal e avaliam que a proposta orçamentária para 2025 parece irrealista, continuando inseguros sobre como o ciclo de aperto monetário no Brasil poderá afetar as ações.
“Na verdade, os investidores locais estão comprando níveis recordes de proteção devido à preocupação de que o Ibovespa possa corrigir – a relação de put/call está atualmente em 2,4x (contra uma média de 1,2x)”, ressaltam os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (20).
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Dividendos e proteção
Segundo eles, as empresas com forte geração de fluxo de caixa e pagadoras de dividendos oferecem uma boa proteção.
“Para aqueles investidores que desejam (e talvez precisem) manter a exposição às ações brasileiras, prevendo que as ações poderão continuar a subir alimentadas pela queda das taxas nos EUA, uma alternativa é fazê-lo através de fortes geradores de caixa e pagadores de dividendos que tendem a ser mais resiliente em caso de uma correção do mercado”, destacam.
O BTG lembra que os setores que tradicionalmente pagam maiores dividendos estão todos representados na lista dos 20 principais pagadores. Entre eles, há 6 empresas do setor financeiro (4 bancos), 3 do setor de serviços públicos e 2 empresas de telecomunicações.
“Não por coincidência, em nossa última pesquisa com os gestores de portfólio, o setor de serviços públicos e financeiro eram os setores favoritos. Dito isto, o principal destaque é provavelmente o setor imobiliário, com 5 nomes entre os 20 primeiros: 3 empresas do setor de baixa renda e 2 mais voltadas para classe média/média-alta”, destacam.
O que comprar?
Para o BTG, as principais escolhas com foco em dividendos são, entre as blue chips, o Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3), Petrobras (PETR4), CPFL (CPFE3), Vivo (VIVT3), TIM (TIMS3) e Ambev (ABEV3).
No universo de small caps, as indicações são Plano & Plano (PLPL3), Direcional (DIRR3), BR Partners (BRBI11), Marcopolo (POMO4) e Odontoprev (ODPV3).
Em termos das principais geradoras de fluxo de caixa, o destaque fica com PetroRecôncavo (RECV3) e Prio (PRIO3), no setor de petróleo e gás, e os nomes do setor agronegócio Boa Safra (SOJA3) e Jalles Machado (JALL3).
