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Trump quer taxar as blusinhas

Na pesquisa do Journal tem uma coisa que agradou economistas e eleitores: o plano da Kamala de dar um crédito fiscal de US$ 6.000 para novos pais

por tixanews
3 min leitura
Kamala Harris e Donald Trump

E a Kamala controlar os preços do arroz. Hoje é dia de falar das propostas econômicas da galera e como os economistas estão de cabelo em pé

Donald Trump é um amante das tarifas. Está invocado com as tarifas. Quer porque quer as tarifas. Vai taxar os chineses todos, os coreanos todos, os mexicanos todos, o mundo todo. E assim ele diz que todas as fábricas vão se mudar para os Estados Unidos. (Mas se ele vai expulsar os imigrantes todos como vai ser?) 

Kamala Harris é a rainha da classe média. Ama um descontinho, quer porque quer distribuir dinheiro para quem vai comprar um apezinho, ter um filho, abrir uma empresa e ainda promete que vai controlar preços. (Mas bem que ela é amiga de bilionária e vou contar quem é, logo mais.)

O tema economia está dominando as campanhas (sim, todos seguem ignorando as guerras). Então, vamos falar da economia, estúpido.

As tarifas do Trump

“São a melhor coisa já inventada”, segundo Trump. (Isso é que pensar limitado.)

Basicamente, Trump promete botar um monte de tarifas para produtos importados, especialmente chineses. A proposta oficial é de tarifas gerais de 10% a 20% — e tarifas de 60% sobre produtos chineses. Mas ontem mesmo ele disse em um comício que se tiver guerra com um país, vai botar 100% de tarifa nos produtos deste país. Se for de fábrica da China, 100% de tarifa. Se uma fábrica se mudar para o México, 100% de tarifa (ele já ameaçou até 200%). 

É a taxa das blusinhas 

Trump fala para o público como se essa tarifa fosse bater só nos chineses. O problema é que no fim das contas quem vai pagar mais caro é o consumidor final porque essa tarifa é um imposto sobre bens importados e o dinheiro do imposto é pago por um comprador dos Estados Unidos. E o que o comprador dos Estados Unidos vai fazer? Repassar o preço. Quem compra blusinhas na Shein sabe bem do que estou falando.

Os economistas tradicionais avisam: se tiver tarifa, vai ter mais inflação.

O outro alerta é que Trump começaria uma guerra comercial mundial sem precedentes se fizer tudo o que prometer. Ou alguém acredita que a China vai olhar tudo isso e não fazer nada?

O plano da Kamala 

A candidata vai hoje para Pittsburgh discursar em uma instituição de economia e a campanha está vendendo que será o grande discurso sobre economia que ela dará.

A proposta da Kamala é basicamente dar dinheiro para quem vai comprar o primeiro apartamento, controlar preço dos alimentos (sim, isso mesmo, já falamos sobre isso, controle de preços), benefícios fiscais para empreendedores de pequeno porte, redução de custos com assistência médica e tributação de ganhos de capital de longo prazo em 28% para americanos ricos. 

Seu lema é “economia de oportunidade”, redução de custos e investimento no empreendedorismo. 

É o Lula comprando arroz

Controlar preços? Assim como a tarifa do Trump lembra a taxa das blusinhas, a proposta da Kamala lembra a tentativa fracassada (e fiasquenta) do governo Lula de tentar segurar o preço do arroz, depois das enchentes do Rio Grande do Sul, comprando arroz.

O que dizem os economistas

Sim, habemus pesquisa sobre o assunto. O Wall Street Journal perguntou para 39 economistas o que eles achavam dos planos dos dois. (Fala a verdade, você ama que eu leia tudo isso e te traga aqui só os highlights, né? Considere apoiar a Tixa, me manda um zap.)

Os economistas acham as ideias terríveis. Ah, vá! Mas os eleitores amam. 

79% dos eleitores gostam do discurso de Trump e Harris para eliminar impostos sobre gorjetas. Apenas 10% dos economistas apoiam a ideia. Eles acham que só favorece um grupo muito específico e cria incentivo para fraudar o sistema tributário. 

Nenhum dos economistas ouvidos pelo Journal aprovou a ideia das tarifas de Trump. Mas tem uma outra pesquisa da Reuters que mostra que 56% dos eleitores apoiam uma tarifa geral para produtos importados.

Os eleitores amam a proposta da Kamala de punir empresas que aumentem preços de forma abusiva. Só 13% dos economistas aprovam essa proposta. 

Os economistas não gostam da ideia da Kamala de dar crédito de US$ 25.000 para compradores de imóveis pela primeira vez. Mas parece que os eleitores também não são assim tão favoráveis. 

A ideia vencedora

Na pesquisa do Journal tem uma coisa que agradou economistas e eleitores: o plano da Kamala de dar um crédito fiscal de US$ 6.000 para novos pais.

Mais uma cartinha para Kamala

Quem vai apoiar a Kamala parece que gosta de escrever uma cartinha. No domingo, 700 militares assinaram uma cartinha dizendo porque apoiam a Kamala. Mas os economistas também escreveram uma cartinha e 400 deles a assinaram. Basicamente eles dizem que as propostas de Trump correm o risco de reacender a inflação e ameaçam a “posição global e a estabilidade econômica interna” dos EUA.

E quem é a amiga bilionária?

Ninguém mais, ninguém menos, do que Laurene Powell Jobs. Vixi, quem é essa, Tixa? Jobs não te diz nada, darling? Sim, estamos falando da viúva de Steve Jobs. O New York Times conta que elas são tipo BFF. Best Friends Forever. Parece que a Laurene já contribuiu substancialmente com a campanha e inclusive esteve por trás do rolê de tirar o Biden da corrida. E qual a fortuna conhecida de Laurene? 11 bilhões de doletas.

De olhos nas pesquisas

KAMALA CAI. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 2,1 pontos à frente do Trump, 0,1 a menos do que ontem. Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está com 2 pontos à frente de Trump. Um ponto a menos do que ontem.

Kamala
(Imagem: Tixanews)
Trump e Kamala
(Imagem: Tixanews)

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