As ações da Cogna (COGN3) e da Yduqs (YDUQ3), empresas do setor de educação, decolam perto de 10% nesta quinta-feira (26) em reação à notícia sobre uma possível fusão. Apesar de a Cogna ter negado a informação publicada no Valor, o mercado já faz as contas sobre a companhia resultante de uma eventual combinação dos negócios.
Segundo a XP Investimentos, as sinergias dessa fusão seriam significativas, chegando a 87% do valor de mercado atual. No entanto, quando houve uma tentativa de transação semelhante há sete anos, o Cade a suspendeu afirmando que prejudicaria a concorrência.
“Nossa conclusão foi que, embora o mercado presencial não deva representar nenhum obstáculo a essa fusão, o mercado digital parece complexo, pois já é um mercado altamente concentrado, tanto ao nível regional quanto nacional”, explicam os analistas Rafael Barros e Raphael Elage.
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Segundo eles, o que parece impedir a evolução das tratativas são as empresas de ensino básico da Cogna – Vasta e Saber – que os acionistas da Yduqs prefeririam que fossem separadas antes do acordo.
Fusão e o Cade
A XP calcula que, tanto para as escolas de medicina, quanto para o ensino presencial, é improvável que a empresa seja incapaz de cumprir qualquer medida exigida pelo Cade.
“No entanto, o ensino digital pode representar um desafio para a fusão, já que, seja analisando os mercados regionalmente ou considerando um único mercado nacional, a transação pode, no mínimo, acender uma luz amarela para a autoridade antitruste”, ressaltam Barros e Elage.
O cenário, contudo, pode ter mudado com a entrada de novos concorrentes e a flexibilização das regras pelo MEC
Despesas como valor
No caso de uma fusão entre as duas empresas, A XP calcula que a sinergia provável mais rápida seria a economia de despesas.
A corretora estima uma economia de 30% das despesas gerais e administrativas combinadas, com potencial para criar aproximadamente R$ 4,6 bilhões em valor de mercado.