A aquisição da participação de 40% da chinesa Sinochem no campo de Peregrino feita pela Prio (PRIO3) foi bem recebida pelos analistas, que já começam a revisar as suas estimativas para as ações da petroleira.
“A aquisição é positiva e gera um valor patrimonial equivalente à cerca de 7% da atual capitalização bolsista da Prio”, explicam Regis Cardoso e Helena Kelm, da XP Investimentos.
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O bloco, que está localizado na Bacia de Campos, teve a produção iniciada em 2011 e possui a capacidade de processamento de aproximadamente 110 mil barris de óleo por dia.
O valor pago, de US$ 1,9 bilhão, poderá ser menor com a consideração do capital de giro líquido e outros ajustes de preço, levando o preço final para entre US$ 1,665 bilhão e US$ 1,715 bilhão, estima o Itaú BBA.
Após a transação, a companhia adicionará cerca de 35 mil barris por dia à sua produção, o que levaria a sua produção atual à 120 mil barris, o que representa uma alta de 45%.
“No futuro, acreditamos que a Prio tenha interesse em avançar sobre a fatia da Equinor e assim, se tornar operadora do campo”, acredita a Ativa Research. A corretora tem a ação como a top pick no setor de petróleo e gás, com preço-alvo de R$ 66.
Sinergias
Segundo a analista Monique Greco Natal, do Itaú BBA, a Prio será capaz de capturar sinergias significativas na retirada e comercialização de petróleo bruto, que podem ser tão grandes quanto US$ 4 bilhões. Ela estima que a aquisição pode render uma Taxa Interna de Retorno de 29% e um Valor Presente Líquido de US$ 637 milhões. Isso corresponde a R$ 4 por ação.
Além disso, considerando que a PRIO está adquirindo a subsidiária da Sinochem que detém a participação no campo de Peregrino, e não comprando os direitos de concessão do campo separadamente, a empresa poderá usar cerca de US$ 632 milhões (R$ 3,3 bilhões) em perdas acumuladas (até dezembro de 2023).
“Estimamos que essas perdas devem ser consumidas ao longo dos 6 anos, contribuindo com US$ 171 milhões para o VPL da aquisição”, pontua Natal.
Considerando a inclusão de Peregrino nas estimativas para a Prio, o Itaú BBA elevou o preço-alvo para os papeis de R$ 61 para R$ 71, mantendo a recomendação de desempenho acima da média (outperform), o mesmo que compra.
Não aposte contra a Prio
Para o BTG Pactual, A Prio continua sendo uma das oportunidades mais atraentes no setor brasileiro de petróleo, e a aquisição fortalece ainda mais seu caso de investimento de alto crescimento.
“Nos últimos anos, a empresa tem reinvestido consistentemente seus fluxos de caixa em projetos de alto retorno, mas ainda é negociada a uma avaliação que, em nossa opinião, subestima suas capacidades de execução”, explicam os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte.
“Mais importante, com seu baixo custo de caixa, a empresa continuará a gerar caixa mesmo em cenários improváveis em que tenha um desempenho significativamente inferior à sua curva de produção 1P (veja aqui). A Prio continua sendo nossa principal escolha”, ressaltam. O BTG também indica a compra, com preço-alvo de R$ 76.