No último debate antes do primeiro turno das eleições de São Paulo, realizado pela TV Globo nesta quinta-feira, 3, os cinco candidatos à Prefeitura presentes questionaram os posicionamentos políticos de cada um. Em entrevistas ao Estadão e nas trajetórias políticas, os prefeituráveis já deixaram claro quais são as correntes ideológicas deles: esquerda ou direita?
Nunes: centro-direita
Na participação do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), no Joga no Google, um quadro do Estadão em parceria com o Google, que traz as perguntas mais feitas pelos cidadãos sobre os candidatos, ele afirmou ser um político de centro-direita.
Tabata progressista
Também em participação no Joga no Google, a candidata Tabata Amaral (PSB) disse ser progressista, mas dispensou uma identificação com a esquerda ou com a direita. Com um posicionamento mais voltado ao centro, Tabata defendeu ao longo da campanha a necessidade de absorver projetos oriundos dos dois lados políticos.
“Eu sou progressista, mas não gosto muito desses rótulos, porque acho que eles vêm empobrecendo o debate público. Eu sou uma grande defensora da escola pública de qualidade. (…) Para fazer isso, a gente tem que ter responsabilidade fiscal. A gente tem que ter uma visão econômica de centro forte e também prezar pelo combate à corrupção”, afirmou a deputada.
Boulos de esquerda
O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, é de esquerda e tem um histórico de participação em movimentos sociais. Ele é uma das lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e é o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Marçal: conservador de direita
O candidato do PRTB, Pablo Marçal, se identifica como um conservador de direita e tenta conquistar votos do grupo nas eleições deste ano. Essa fatia do eleitorado é disputada por Nunes e pela candidata do Novo, Marina Helena, uma liberal de direita – ela não participou do debate da Globo.
Datena: 11 partidos
José Luiz Datena (PSDB) já esteve filiado a 11 partidos, que vão do PT, de Lula, ao PSL, antiga sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na participação dele no Joga no Google, Datena disse que não se identifica como de direita, esquerda ou centro. O tucano afirmou que adota a “ideologia do povo”.
Eleitores de Bolsonaro e Tarcísio
A três dias das eleições para a Prefeitura de São Paulo, o novo levantamento do instituto Datafolha mostrou que Ricardo Nunes (MDB) ainda não conseguiu se firmar como o candidato apoiado oficialmente por Jair Bolsonaro (PL) nesta disputa. Entre os eleitores que votaram no ex-presidente no último pleito, 32% declararam intenção de votar no atual prefeito. Por outro lado, Pablo Marçal (PRTB) soma 51% das intenções dos bolsonaristas.
A margem de erro dessa pesquisa é de dois pontos porcentuais.
Há uma semana, o ex-coach tinha 43% ante 39% do emedebista entre esse público. A diferença a favor de Marçal, que antes era de quatro pontos porcentuais, agora é de 19 pontos.
O influenciador também se firmou na liderança entre os eleitores de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 46% das intenções de voto entre os entrevistados que votaram no atual governador de São Paulo nas últimas eleições.
Nunes ostensivamente apoiado por Tarcísio-tem uma fatia de 35% nessa segmentação. No levantamento anterior, ambos estavam numericamente empatados, com 40% cada.
Já entre os que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, 50% declararam voto em Guilherme Boulos (PSOL). Na semana anterior, o índice era de 49%. Segundo o Datafolha, Nunes tem 19% desse público, e Tabata Amaral (PSB) tem 14%.
O instituto realizou 1.806 entrevistas presenciais na capital paulista, com eleitores de 16 anos ou mais, entre os dias 1º e 3 de outubro.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-09329/2024.
(Com Estadão Conteúdo)