A filha do médico José Roberto de Souza, Carla Maria de Oliveira e Souza, pediu à Justiça de São Paulo, ontem (5), que declare inelegível o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (veja aqui). A assinatura do seu pai foi usada pelo ex-coach em documento falso divulgado por Marçal em suas redes para atacar o candidato Guilherme Boulos (Psol).
O psolista divulgou uma série de argumentos contrários à veracidade do documento. A Polícia Civil também se pronunciou, dizendo que a assinatura do médico é falsa.
Caso a candidatura não seja barrada, a ação pede ao menos a anulação da eficácia de todos os votos dados ao candidato do PRTB. A reportagem entrou em contato com a assessoria de Marçal. O espaço está aberto para manifestações.
O pedido para tirar Marçal da corrida à Prefeitura paulistana não foi protocolado na Justiça Eleitoral, mas na Justiça Comum, na 13ª Vara da Fazenda Pública da Capital. Trata-se de um foro incomum para esse tipo de ação, mas a família de Souza diz que a ação popular é cabível no caso em razão de seu objetivo: “Proteger o patrimônio público, da legalidade e da moralidade administrativa”.
Carla Maria de Oliveira e Souza, inventariante do pai, atribui a Marçal suposto crime de falsificação de documento público ou particular, que prevê pena de um a cinco anos de prisão. Ela diz que Marçal “tem medo de ganhar na raça, na competência” e usou um “ato incrédulo” apenas “querendo atacar”.
“Chega a falsificar laudo médico para buscar seus intentos políticos, uma afronta à República, ao povo brasileiro, à legalidade, à moralidade administrativa e com total desvio de finalidade do ato”, frisa a ação popular.
O documento é subscrito pelo advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira, que diz ter atuado também para o médico José Roberto de Souza, já falecido. “Pessoa brilhante, de imensa sabedoria médica”, diz sobre Souza.
O advogado apresentou à Justiça documentos para “atestar a total diferença nas assinaturas” entre o laudo falso divulgado por Marçal e outras rubricas de Souza em procurações. Também pede que o Conselho Regional de Medicina ateste que o médico jamais foi psiquiatra e sim hematologista.
(Com Estadão Conteúdo)