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Focus: projeção para inflação está perto de superar o teto da meta

A mediana para a inflação de 2024 oscilou de 4,38% para 4,39%, em alta pela 2ª semana seguida e mais perto do teto da meta, de 4,5%

por Redação Dinheirama
3 min leitura
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A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela segunda semana consecutiva, indicando uma consolidação na expectativa do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas suas duas próximas reuniões, em novembro e dezembro.

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Um mês atrás, a estimativa intermediária estava em 11,25%. Considerando apenas as 50 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa também se manteve em 11,75% na última semana.

A mediana para os juros no fim de 2025 subiu de 10,75% para 11%, contra 10,50% um mês atrás, sinalizando que o mercado vê menos espaço para cortes na Selic ao longo do próximo ano. Levando em conta apenas as 49 projeções atualizadas entre as últimas segunda e sexta-feira, a estimativa ficou em 10,75%.

A mediana para os juros no fim de 2026 continuou em 9,50%, como está há sete semanas. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9%, estável há 21 semanas.

Inflação

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 oscilou de 4,38% para 4,39%, em alta pela segunda semana seguida e aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, ela estava em 4,35%. Considerando apenas as 58 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária passou de 4,40% para 4,45%.

Na última quarta-feira, 9, o IBGE informou que o IPCA avançou 0,44% em setembro – pouco abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,45% – e atingiu 4,42% em 12 meses. Economistas mencionaram uma preocupação com a dinâmica dos preços de alimentos, devido ao impacto de eventos climáticos.

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A mediana para a inflação de 2025 oscilou de 3,97% para 3,96%, mais próxima do limite superior do alvo, de 4,50%, do que do centro, de 3%. A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido a meta.

Considerando as 58 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 3,92% para 3,94%.

As medianas para os horizontes mais longos permaneceram descoladas da meta, em 3,60% para 2026 e 3,50% para 2027. O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária, no cenário com a taxa Selic do relatório Focus e dólar começando em R$ 5,60 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).

Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.

Projeção suavizada

A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses passou de 3,92% para 3,96%. Um mês atrás, era de 4,05%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.

O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, será considerado que o Banco Central descumpriu o alvo.

A meta continua tendo como centro 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Ela pode ser alterada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por iniciativa do ministro da Fazenda, mas é necessário aguardar um prazo de 36 meses para que uma mudança tenha efeito.

As medianas de inflação de curto prazo no relatório Focus mostram que o mercado espera um IPCA total de 1,07% no quarto trimestre deste ano. A estimativa intermediária para outubro passou de 0,35% para 0,40%, contra 0,31% um mês atrás; enquanto a mediana para novembro se manteve em 0,20%, ante 0,22% quatro semanas antes. Nesta segunda, o Banco Central também passou a divulgar a mediana para dezembro, que está em 0,47%. Um mês antes, ela era de 0,45%.

PIB

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 cresceu de 3,0% para 3,01%, contra 2,96% um mês atrás. Considerando penas as 36 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,03% para 3,07%.

A estimativa intermediária para 2025 se manteve em 1,93%. Um mês antes, era de 1,90%. Levando em conta apenas as 36 projeções atualizadas entre as últimas segunda e sexta-feira, passou de 1,91% para 1,97%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 62 e 64 semanas, respectivamente.

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro ampliou a projeção do Banco Central para o crescimento do PIB deste ano, de 2,3% para 3,2%.

Veja o relatório Focus

(Com Estadão Conteúdo)

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