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No Itaú, Haddad e Galípolo ‘definem’ rumo fiscal sem aval de Lula

Resta saber se as promessas de Haddad e Galípolo, diante da plateia do mercado financeiro, terão sustentação com o presidente Lula

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

O Ibovespa (IBOV) retomou a linha dos 131 mil pontos à tarde e a manteve no fechamento desta segunda-feira (14), voltando ao nível próximo ao do encerramento da terça-feira passada (8), então aos 131,5 mil pontos. No fechamento, mostrava alta de 0,78%, aos 131.005,25 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 19,3 bilhões.

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Já o real teve a melhor performance entre divisas emergentes após notícias sobre medidas do governo para elevar a austeridade fiscal, que começaram a circular no início da tarde e chegaram a levar o câmbio para mínima de R$ 5,56, porque o futuro presidente do Banco Central a partir de 2025, Gabriel Galípolo, reiterou pela manhã o compromisso de buscar o centro da meta de inflação de 3%. O dólar à vista fechou em baixa de 0,58%, a R$ 5,5827.

“Desde o início, o ministro Fernando Haddad vem reforçando essa visão de que a política fiscal e monetária devem trabalhar em harmonia, dois braços do mesmo corpo, como ele sempre cita. E acho que existe bastante clareza, na visão dele, sobre o diagnóstico e o que precisa ser feito, isso está bastante claro na agenda da Fazenda”, afirmou o diretor, em um evento do Itaú BBA, em São Paulo.

E o Lula, Haddad?

Durante o mesmo evento, Haddad reiterou que sua equipe está levantando todas as alternativas técnicas possíveis para a reforma do imposto de renda para apresentar ao presidente da República, Luiz Inácio Lula, mas ressaltou que não há prazo para envio das medidas para o Congresso, o que pode não ocorrer neste ano.

Ele disse que, em conjunto com a equipe do Ministério do Planejamento, estão levantando as deduções do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) por rubrica para determinar quem é favorecido pelas medidas.

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Em relação ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Haddad disse que há avaliação sobre dividendos, seguindo os parâmetros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para não haver comprometimento de investimentos ou promoção de injustiça tributária.

“Estamos em uma fase que, se às vezes vaza um documento, a pessoa acha que aquele documento que vazou é a proposta da Fazenda, e isso será um equívoco, porque essa proposta não está configurada. O que nós estamos nesse momento é uma espécie de ida ao Palácio do Planalto para apresentar para o presidente as variáveis que podem ser alteradas para melhor”, disse Haddad.

“Eu não vejo outro caminho para o Brasil que não seja o de calibrar uma trajetória consistente em que a receita cresça acima do PIB e a despesa cresça abaixo do PIB, para reequilibrar as contas públicas num patamar que já foi considerado aceitável por toda a sociedade”, afirmou o ministro.

“A piora da percepção de risco fiscal doméstico vinha mantendo o Ibovespa em modo de correção, e hoje veio uma melhora com a notícia de que o governo deve lançar medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando o desempenho das ações cíclicas, com exposição à economia doméstica, favorecidas na sessão pela retração observada na curva de juros.

Assaí e Locaweb sobem

Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque nesta segunda-feira para Assai (ASAI3) (+6,25%), Lwsa (LWSA3) (+5,17%) e Magazine Luiza (MGLU3) (+3,70%). No lado oposto, Prio (PRIO3) (-1,88%), PetroReconcavo (RECV3) (-1,59%) e Brava (BRAV3) (-0,92%). A performance foi favorável em segmentos como o de utilities, com destaque para Eletrobras (ELET3; ELET6) (ON +2,07%, PNB +1,59%)

“A semana passada terminou ruim, com a questão fiscal em pauta. Tivemos mais saída de capital estrangeiro da Bolsa, e a declaração de Lula em isentar o IR para salários até a faixa de R$ 5 mil, aumentar a faixa de isenção para o futuro e aumentar a cobrança para grandes fortunas. Isso fez com que sentíssemos efeitos na curva de juros futuros, que subiu. Mas hoje tivemos falas do Haddad que foram bem recebidas, com queda nos juros futuros fazendo com que o dólar também desse uma acalmada”, diz Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital.

Resta saber se as promessas de Haddad e Galípolo, diante da plateia do mercado financeiro, terão alguma sustentação diante do presidente Lula.

(Com Estadão Conteúdo)

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