A Embraer (EMBR3) irá atingir o teto da meta de entregas para jatos executivos, com 135 unidades, e o piso da meta para a aviação comercial, com 72 unidades, avalia a Ágora Investimentos em uma análise positiva sobre os resultados operacionais divulgados na última sexta-feira (18) após o fechamento dos mercados.
O relatório, assinado pelos analistas Victor Mizusaki, Wellington Lourenço e Larissa Monte, destacou a força das entregas de aeronaves no terceiro trimestre de 2024 (3T24), com um crescimento significativo em comparação ao período homólogo. A Embraer entregou um total de 59 aeronaves no 3T24, um aumento de 37% na base anual.
Conheça as carteiras recomendadas da Finclass e saiba onde investir nos próximos meses: Clique Aqui
No segmento de aviação comercial, a empresa entregou 16 aeronaves, uma a mais do que no 3T23, mas abaixo da expectativa de consenso de 19 unidades. Conforme a Ágora, isso pode ser atribuído à maior participação dos modelos E2, ainda em fase de aceleração na produção. “Esperamos que essa situação melhore gradualmente nos próximos anos, com as iniciativas da Embraer para reduzir a volatilidade nas entregas”, explicaram.
Por outro lado, as entregas de jatos executivos foram um ponto de destaque, com 41 unidades entregues, superando o consenso de 35 aeronaves e representando um aumento significativo em relação às 28 entregas do mesmo período de 2023. “Esse foi um resultado bastante positivo, com as entregas de jatos executivos representando 32% da meta para 2024”, afirmaram os analistas.
Carteira de pedidos da Embraer
O backlog da Embraer também teve um aumento relevante, atingindo US$ 22,7 bilhões, um crescimento de 7% em relação ao trimestre anterior. Desse total, US$ 11,1 bilhões são referentes à aviação comercial, US$ 4,4 bilhões à aviação executiva, US$ 3,5 bilhões ao segmento de serviços e suporte e US$ 3,6 bilhões ao setor de defesa. A Ágora destacou que o aumento no backlog de defesa é especialmente relevante, refletindo o sucesso das vendas da aeronave C-390 Millennium.
Nesse sentido, a Embraer entregou duas aeronaves C-390 no 3T24, uma para a Hungria e outra para o Brasil. A Ágora vê com otimismo o futuro da linha de defesa da empresa, com negociações em andamento para grandes pedidos da Índia e da Arábia Saudita. “Acreditamos que o C-390 tem um futuro promissor, com a Embraer se posicionando de forma competitiva no segmento de defesa”, comentaram os analistas.
A Ágora manteve a recomendação de compra para as ações da Embraer, revisando para cima o preço-alvo dos papéis de R$ 52 para R$ 58. O valor corresponde a um potencial de valorização de aproximadamente 16%.
Além das entregas, a Ágora espera que a Embraer atinja as metas financeiras para 2024, com receitas entre US$ 6 bilhões e US$ 6,5 bilhões, margem EBIT ajustada entre 6,5% e 7,5% e fluxo de caixa livre acima de US$ 220 milhões. No entanto, os analistas reduziram em 22% a projeção de lucro líquido para 2024, devido à indenização da Boeing, que ficou abaixo do esperado. “A liquidação da indenização foi de US$ 150 milhões, significativamente menor do que nossa estimativa de US$ 300 milhões”, explicaram.
Outro ponto relevante destacado pela análise foi a sazonalidade das entregas da Embraer. As entregas de aeronaves comerciais no 3T24 representaram 21% da meta para o ano, um pouco acima da média histórica, enquanto as entregas de jatos executivos superaram as expectativas, com 32% da meta já cumprida no terceiro trimestre.
Os analistas concluíram que a Embraer está no caminho certo para atingir suas metas de 2024, mas apontaram desafios no segmento comercial devido às interrupções na cadeia de suprimentos global. “Apesar dos desafios, estamos confiantes de que a Embraer continuará a melhorar sua eficiência de produção nos próximos anos”, afirmaram.