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Focus: Mercado continua a subir estimativas para IPCA e IGP-M

A mediana para o IPCA inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 4,01% para 4,04%

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Carne moída, supermercados, inflação

As medianas de inflação de curto prazo do relatório Focus indicam que o IPCA deve acumular alta de 1,21% no quarto trimestre deste ano. No relatório anterior, as estimativas sugeriam uma inflação marginalmente menor no período, de 1,17%.

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A mediana de inflação de outubro subiu 0,02 ponto porcentual, de 0,49% para 0,51%, contra 0,34% um mês antes. A projeção para novembro se manteve em 0,20% pela terceira semana seguida.

Como o anúncio da redução da bandeira de energia em novembro, de vermelha 2 para amarela, ocorreu na última sexta-feira, 25, é provável que os analistas não tenham tido tempo de atualizar no Focus as suas estimativas para a inflação do mês.

A mediana para o IPCA de dezembro oscilou 0,02 ponto porcentual para cima, de 0,48% para 0,50%. Um mês antes, era estava em 0,45%.

Projeção suavizada

A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 4,01% para 4,04%. Um mês atrás, era de 3,97%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.

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O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido o alvo.

A meta continua tendo como centro 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Ela pode ser alterada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por iniciativa do ministro da Fazenda, mas é necessário aguardar um prazo de 36 meses para que uma mudança tenha efeito.

IGP-M

A mediana das estimativas do relatório Focus do Banco Central para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de 2024 subiu pela oitava semana consecutiva, de 4,39% para 4,57%. Um mês antes, estava em 3,96%.

A estimativa intermediária para 2025 oscilou de 3,91% para 3,93%, contra 4,0% quatro semanas antes.

Os índices gerais de preços, da Fundação Getulio Vargas (FGV), medem um agregado da inflação para três grupos: produtores (atacado, com impacto do câmbio e da variação e commodities), com peso de 60%; consumidores, com peso de 30%; e construção, com peso de 10%.

Focus

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela quarta semana consecutiva, consolidando a avaliação do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas decisões, de 6 de novembro e 11 de dezembro.

Considerando apenas as 46 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária para a Selic também se manteve em 11,75%. Na sua última decisão, de 18 de setembro, o Copom aumentou os juros em 0,25 ponto porcentual, de 10,50% para 10,75%.

A estimativa intermediária para os juros no fim de 2025 permaneceu em 11,25%, após duas semanas de alta, ainda indicando que a visão do mercado é de que o BC terá pouco espaço para reduzir as taxas no ano que vem, em meio às pressões inflacionárias e à desancoragem das expectativas de IPCA.

Levando em conta apenas as 45 expectativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana de Selic no fim de 2025 também continuou em 11,25%.

A mediana para os juros no fim de 2026 ficou inalterada em 9,50%, como está há nove semanas. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9,0%, estável há 23 semanas.

PIB

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 aumentou pela terceira semana seguida, de 3,05% para 3,08% – aproximando-se estimativas do Banco Central e do Ministério da Fazenda, de 3,20%. Considerando apenas as 35 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 3,04% para 3,07%.

A estimativa intermediária para 2025 se manteve em 1,93%, estável há três semanas, apesar da expectativa de um ciclo maior de aumento de juros – que, tudo mais constante, deveria ter impacto na atividade. Um mês antes, a projeção era de 1,92%. Considerando apenas as 33 expectativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 1,93% para 1,90%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 64 e 66 semanas, respectivamente.

Dólar

A mediana do relatório Focus para o dólar no fim de 2024 subiu pela segunda semana consecutiva, de R$ 5,42 para R$ 5,45. A estimativa intermediária para 2025 se manteve em R$ 5,40, mas os economistas ajustaram as projeções para 2026 (R$ 5,30 para R$ 5,33) e 2027 (R$ 5,30 para R$ 5,35), após seis e sete semanas de estabilidade, nesta ordem.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Déficit primário

A mediana do relatório Focus continuou indicando déficit primário de 0,60% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, estável há oito semanas e ainda distante da meta do governo, de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto porcentual para mais ou para menos. O Executivo espera obter um resultado negativo de R$ 28,8 bilhões este ano, em linha com o piso do alvo.

A estimativa intermediária para o déficit primário de 2025 se manteve em 0,20% do PIB, ainda fora da meta. No ano que vem, o alvo também é um déficit primário zero, com tolerância de 0,25 ponto do PIB. Um mês antes, o mercado esperava um saldo negativo de 0,73% do PIB nas contas do governo em 2025.

Nominal

A estimativa intermediária do Focus para o déficit nominal de 2024 passou de 7,76% para 7,70% do PIB, contra 7,78% do PIB um mês atrás. A mediana para o rombo de 2025 continuou em 7,15% do PIB. Há quatro semanas, estava em 7,30%.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.

A mediana para a dívida líquida do setor público como proporção do PIB em 2024 continuou em 63,50%, o mesmo nível das últimas seis semanas. A estimativa intermediária para 2025 seguiu em 66,68% do PIB.

Déficit em conta corrente

A mediana do relatório Focus para o déficit em conta corrente do Brasil em 2024 cedeu marginalmente, de US$ 43,50 bilhões para US$ 43,25 bilhões. Um mês antes, era de US$ 39,90 bilhões. A estimativa intermediária para 2025 continuou indicando um saldo negativo de US$ 45,0 bilhões, contra US$ 44,0 bilhões quatro semanas antes.

Os números do Focus indicam que os déficits em transações correntes continuarão sendo financiados com folga pela entrada líquida de Investimento Direto no País (IDP). A mediana para o IDP de 2024 se manteve em US$ 72,0 bilhões, contra US$ 70,50 bilhões um mês antes. Para 2025, a estimativa intermediária continuou em US$ 74,0 bilhões, ante US$ 73,0 bilhões um mês antes.

A mediana para o superávit comercial de 2024 passou de US$ 78,0 bilhões para US$ 77,95 bilhões, contra US$ 81,0 bilhões há um mês. A estimativa intermediária ara o ano que vem subiu de US$ 76,09 bilhões para US$ 76,80 bilhões, contra US$ 76,19 bilhões quatro semanas antes.

Veja o boletim Focus

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