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Azul ainda pode subir 227%, diz Ágora após ação decolar

Após a conversão dos passivos de leasing em patrimônio, a relação entre dívida líquida e EBITDA, que estava em 4,6 vezes, deve cair para 3,7 vezes

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Azul

A Ágora Investimentos divulgou nesta segunda-feira (28) uma análise sobre as ações da Azul (AZUL4), reiterando sua recomendação de compra e fixando o preço-alvo em R$ 20 até o final de 2025. A análise destaca um potencial significativo de valorização de 227%, baseado em recentes acordos da empresa com detentores de dívida e arrendadores, que aliviam sua estrutura financeira e reforçam sua posição para o crescimento nos próximos anos. Os papeis subiram quase 14% após os anúncios.

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Os analistas ressaltaram a importância dos acordos de reestruturação da dívida, anunciados pela Azul, que incluem a conversão de R$ 3,1 bilhões em passivos de leasing de aeronaves a um valor de R$ 31,00 por ação. Com essa reestruturação, a Azul conseguiu evitar um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), algo que trouxe uma resposta positiva do mercado, com as ações reagindo bem após o anúncio.

Além disso, a companhia garantiu até US$ 500 milhões em novos recursos, dos quais US$ 150 milhões estarão disponíveis de imediato e outros US$ 250 milhões serão desembolsados ainda neste ano por meio de uma emissão de bonds de cinco anos. Esse novo capital será crucial para a Azul lidar com uma necessidade de caixa estimada em pelo menos R$ 1 bilhão até 2025, de acordo com a Ágora. Esse recurso adicional não apenas ajuda a estabilizar a situação de liquidez da Azul, como também permite que a empresa concentre esforços em operações e expansão.

A Ágora destacou que, além dos R$ 3,1 bilhões já convertidos em ações, a Azul também firmou um acordo com detentores de dívida para a conversão potencial de outros US$ 800 milhões em títulos com vencimento entre 2029 e 2030 em patrimônio líquido. Esta conversão poderia resultar em uma economia de US$ 100 milhões ao ano em juros, proporcionando um alívio financeiro expressivo.

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Embora essa conversão implique uma diluição acionária, a Ágora projeta que a medida será positiva para a empresa, fortalecendo sua estrutura de capital e gerando valor para os acionistas no longo prazo.

Reequilíbrio financeiro da Azul

Para sustentar sua recomendação de compra, a Ágora apontou fatores como o preço atual das ações, que reflete as dificuldades financeiras da Azul, mas que podem se beneficiar da reestruturação do passivo e da retomada das operações em Porto Alegre, afetadas por enchentes. A empresa espera que o reequilíbrio financeiro e o novo modelo de governança melhorem sua performance operacional, alinhando os interesses entre acionistas e credores.

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A atualização do modelo de avaliação da Ágora incorporou dados de tráfego do terceiro trimestre de 2024 e o impacto da recente conversão de passivos. Apesar de uma leve redução de 1,4% nas receitas anuais devido à menor geração de receita por passageiro, a margem EBITDAR (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e despesas com arrendamentos) foi revista positivamente em 0,5 ponto percentual para o período, o que reflete uma expansão de 3% nas despesas operacionais.

Para 2025, a previsão de receita também foi revisada para baixo, mas a expectativa é de uma melhoria adicional na margem EBITDAR, impulsionada pela queda de 7% nos custos com combustível.

A perspectiva de crescimento da Azul se torna ainda mais favorável com a redução da alavancagem financeira. Após a conversão dos passivos de leasing em patrimônio, a relação entre dívida líquida e EBITDA, que estava em 4,6 vezes, deve cair para 3,7 vezes, aliviando a pressão sobre o fluxo de caixa e fortalecendo a posição de crédito da empresa.

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