O banco Wells Fargo, por meio de uma análise assinada por John LaForge, chefe de estratégia de ativos reais, divulgou projeções otimistas para o preço do ouro (GOLD), prevendo que o metal precioso poderá alcançar entre US$ 2.800 e US$ 2.900 por onça troy até o final de 2025. A expectativa reflete a atual trajetória de valorização do ouro, que já atingiu a marca de US$ 2.700 em 18 de outubro, um aumento de 32% no acumulado do ano e a 38ª alta recorde anual.
Segundo LaForge, a alta contínua no preço se deve a uma combinação de demanda robusta e políticas de flexibilização monetária dos bancos centrais globais.
“Embora investidores expressem preocupações sobre a possibilidade de a alta perder fôlego, acreditamos que o metal ainda tem espaço para avançar,” explicou LaForge.
Ele acrescenta que fatores como o aumento da liquidez global, queda nas taxas de juros, crescimento das dívidas globais e forte demanda de consumidores e bancos centrais de mercados emergentes devem sustentar o valor do ouro em 2025. Para ele, esses elementos criam um cenário favorável, que justifica a recente revisão do preço-alvo do metal para 2025, que foi ajustado de uma faixa de US$ 2.500-2.600 para US$ 2.800-2.900.
A análise também recorre a uma perspectiva histórica para contextualizar o comportamento do ouro em ciclos de alta liquidez global. Ao observar a relação entre o preço e a oferta monetária M2 nos Estados Unidos, o analista sugere que o valor do metal não parece exagerado ou inflado.
“Historicamente, essa relação tem sido útil para identificar períodos em que o preço estava excessivamente esticado, como em 1974, 1980, 1987 e 2011,” aponta LaForge. Ele esclarece que, no cenário atual, a relação entre o ouro e a M2 está em elevação, mas não excessiva, o que reforça o espaço para que o metal suba ainda mais.
Além dos fatores de liquidez, a política monetária dos bancos centrais é outro pilar do otimismo da Wells Fargo para o ouro. A perspectiva de flexibilização monetária em diversas economias, com cortes de juros e estímulos financeiros, tende a sustentar o apetite por ativos de valor seguro como o ouro, que tradicionalmente é favorecido em períodos de incerteza e baixos retornos nos títulos de dívida. LaForge observa que, diante das dívidas globais crescentes, os bancos centrais de mercados emergentes vêm aumentando suas reservas de ouro, impulsionando a demanda e contribuindo para a alta sustentada.
“Com a liquidez global continuando a crescer à medida que nos aproximamos de 2025, suspeitamos que o preço do ouro precisaria subir significativamente mais para parecer excessivo,” analisa LaForge. Em outras palavras, ele indica que o ambiente econômico atual mantém o ouro bem posicionado para avanços adicionais, sem dar sinais de estagnação.