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Para onde vai o Fed? Veja a dica fundamental de Howard Marks

Investidores devem considerar o estágio do ciclo de mercado em que se encontram e evitar as decisões baseadas em previsões

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Mercados, Ações, Fed

A Oaktree Capital Management, em uma análise assinada por Armen Panossian e Danielle Poli, destacou a incerteza que persiste na trajetória dos juros nos Estados Unidos, apesar do corte realizado pelo Federal Reserve (Fed) em setembro de 2024.

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O corte de 50 pontos-base, que reduziu a taxa de juros para a faixa de 4,75%-5,00%, encerrou o ciclo de alta que teve início em março de 2022 e elevou as taxas em 525 pontos-base durante o período. Ainda que o movimento fosse amplamente esperado pelos mercados, o impacto nos rendimentos dos Treasuries foi contido, o que indica a cautela dos investidores quanto ao cenário futuro.

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Panossian e Poli ressaltaram que o corte de setembro foi o primeiro passo de alívio monetário após uma série de “falsos começos”, onde expectativas de cortes mais agressivos acabaram frustradas. Investidores focados em ativos sensíveis à duração, como os títulos de longo prazo, tiveram dificuldades em capturar retornos significativos devido às mudanças inesperadas na política monetária.

Fed: taxa real divergiu da previsão do início do ano

Gráfico FED
(Imagem: Oaktree)

Em contraste, os melhores resultados foram observados em ativos de alta renda, com menor sensibilidade às taxas de juros, como os empréstimos sêniores e o crédito estruturado, que mantiveram seu valor mesmo com a oscilação nas expectativas de corte.

A incerteza se intensificou no início de outubro, após a divulgação de dados robustos de emprego, com a criação de mais de 250 mil postos de trabalho em setembro, superando as projeções de 140 mil. Esse desempenho inesperado do mercado de trabalho trouxe dúvidas adicionais sobre o ritmo de futuros cortes de juros pelo Fed, o que levou a uma elevação nos rendimentos dos Treasuries. A resiliência do setor de trabalho foi interpretada como um sinal de que a economia americana ainda possui forças significativas, tornando o cenário de juros mais complexo e imprevisível.

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Para onde vai o Fed

Para muitos investidores que apostaram em cortes mais agressivos, a alta nos rendimentos foi mais um revés. A análise cita a abordagem prudente de Howard Marks, fundador da Oaktree, que aconselha os investidores a considerarem o estágio do ciclo de mercado em que se encontram, mas a evitarem decisões baseadas exclusivamente em previsões macroeconômicas.

Segundo Marks, a estratégia de investimento deve ser orientada por princípios sólidos e conscientes da volatilidade natural do mercado, sem depender de apostas em tendências macroeconômicas incertas.

A próxima reunião do Fed será no dia 7 de novembro. Segundo as estimativas do CME Watch, há 96,7% de chances de um corte de 25 pontos-base nos juros, para um intervalo entre 4,5% e 4,75%.

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