A Kepler Weber (KEPL3), líder no mercado de equipamentos para armazenagem de grãos, apresentou resultados sólidos no terceiro trimestre de 2024, destacando-se pelo forte desempenho em segmentos estratégicos e pela resiliência operacional, conforme análises da Suno Research e da XP Investimentos.
João Daroco, analista da Suno, ressaltou o excelente desempenho dos segmentos de Portos & Terminais e Negócios Internacionais, que cresceram 442% e 63,6%, respectivamente.
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A expansão nesses segmentos refletiu a estratégia da Kepler em diversificar suas operações e aproveitar oportunidades em mercados estrangeiros. No trimestre, a receita líquida da companhia atingiu R$ 439,1 milhões, um aumento de 8,2% em comparação ao ano anterior. Nos primeiros nove meses do ano, a receita somou R$ 1,15 bilhão, com crescimento de 13,6% na base anual, o que reforça a solidez do modelo de negócios da empresa.
O segmento de reposição e serviços, que inclui a venda de peças e manutenção, também teve um desempenho positivo, respondendo por 16,4% da receita líquida. Essa divisão cresce de forma constante, impulsionada pela necessidade de manutenção dos equipamentos instalados, garantindo um fluxo de receita recorrente.
Margens
O Ebitda ajustado, que exclui itens não recorrentes, alcançou R$ 97,6 milhões no trimestre, um aumento de 21% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada foi de 22,2%, acima dos 19,9% registrados no mesmo período do ano anterior.
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Segundo Daroco, esses números refletem uma disciplina rigorosa no controle de custos e uma execução eficiente das operações. “A Kepler Weber demonstrou uma forte capacidade de controlar despesas, o que contribuiu para a expansão das margens”, afirmou o analista.
Já a XP Investimentos destacou o impacto positivo do Ebitda ajustado, que atingiu R$ 98 milhões, um crescimento de 28% em relação ao ano anterior e de 54% na comparação trimestral. Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes, analistas da XP, apontaram que a margem Ebitda foi ligeiramente superior às expectativas da instituição, em 22,2%, beneficiada pela eficiência operacional e pela estratégia de precificação equilibrada, que ajudou a compensar um mix de produtos menos favoráveis.
O lucro líquido ajustado, por sua vez, se manteve estável em R$ 61,2 milhões, alinhado ao desempenho do terceiro trimestre de 2023. Com esses resultados, a companhia apresentou um ROIC (Retorno sobre o Capital Investido) de 42,1%.
Perspectivas
Ambos os analistas enxergam uma perspectiva positiva para a Kepler Weber. A XP ressaltou a resiliência das receitas no segmento de Fazendas, que registrou um leve recuo de 3% no trimestre, apesar das condições desafiadoras enfrentadas pelos produtores agrícolas, como a queda nos preços das commodities e as condições climáticas adversas. A demanda estrutural por soluções de armazenamento pós-colheita, impulsionada pelo déficit de capacidade no setor, continua a sustentar as operações da Kepler.
Outro ponto positivo mencionado pela XP foi o desempenho em Negócios Internacionais, com vendas expressivas para países como Uruguai, Bolívia e Paraguai, e em Portos e Terminais, impulsionado por projetos estratégicos na região do Matopiba, uma das áreas agrícolas em expansão no Brasil.
Daroco, da Suno Research, acrescenta que a estrutura de capital da Kepler Weber é robusta, o que deve permitir a manutenção de uma política de dividendos atrativa. A empresa encerrou o trimestre com um caixa de R$ 457,9 milhões e distribuiu R$ 30 milhões em dividendos intermediários em julho, além de R$ 15,4 milhões em juros sobre capital próprio em agosto. “A solidez financeira da companhia reforça nossa visão otimista para o ativo no médio e longo prazo”, afirmou o analista.
Desafios
Apesar do desempenho positivo, os analistas destacam que a empresa ainda enfrenta desafios, especialmente devido às pressões do setor agrícola. A XP observa que as margens de colheita dos produtores foram comprimidas, o que pode afetar a demanda por produtos da Kepler Weber. No entanto, a diversificação de mercados e a expansão nos segmentos de Portos & Terminais e Negócios Internacionais atenuam esses riscos, garantindo uma base de receita mais resiliente.
A XP tem recomendação de compra para as ações.