Em seu relatório para novembro, a XP Investimentos analisou o cenário de mercado global e brasileiro, destacando os principais movimentos observados no mês de outubro. Nesse período, os mercados globais passaram por uma correção significativa, impulsionada pela atenção direcionada às eleições nos Estados Unidos e pela expectativa da temporada de resultados. No Brasil, os ativos domésticos também foram pressionados, refletindo uma combinação de incertezas externas e questões internas relacionadas à política fiscal e ao aumento das taxas de juros.
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A corrida eleitoral nos Estados Unidos, com uma disputa acirrada entre Donald Trump e Kamala Harris, vem ganhando protagonismo entre os investidores globais. Para o Brasil, uma possível vitória de Trump representa uma série de riscos, como a elevação das tarifas e o fortalecimento do dólar, o que pressionaria ainda mais os mercados emergentes.
Sob uma administração Kamala Harris, a XP acredita que os setores expostos a investimentos verdes e minerais críticos poderiam se beneficiar, dada a provável agenda ambiental mais robusta do Partido Democrata.
Em outubro, a China também esteve em evidência, especialmente com a expectativa de um pacote fiscal de estímulo econômico que, no entanto, se mostrou aquém das expectativas do mercado. Isso resultou em um desempenho decepcionante para as ações no país e trouxe reflexos para o mercado brasileiro, impactando negativamente o câmbio e as taxas de juros.
Nesse contexto de ventos contrários, o Ibovespa (IBOV) apresentou queda de 1,6% em reais e 7,4% em dólares no mês, acumulando uma desvalorização de 19% em dólares ao longo de 2024. O câmbio chegou próximo de R$ 5,80, enquanto os juros reais de longo prazo atingiram níveis de estresse, próximos a 7%.
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Ainda assim, o Ibovespa tem demonstrado uma certa resiliência, permanecendo em torno dos 130 mil pontos. Segundo a XP, essa estabilidade pode ser atribuída a quatro fatores principais: crescimento dos lucros das empresas brasileiras, estímulos da economia chinesa, recompra de ações e pagamento de dividendos robustos, e múltiplos de valuation considerados baixos. A XP destaca que setores como Bancos, Alimentos & Bebidas, Construtoras, Mineração & Siderurgia e Papel & Celulose são os mais atrativos, tanto em termos de valuation quanto de revisões positivas de lucro.
Para o horizonte dos próximos 12 meses, a XP mantém sua estimativa de valor justo para o Ibovespa em 150 mil pontos, indicando um potencial de recuperação. O relatório destaca ainda oito ações com maior potencial de desempenho no cenário atual: BRF (BRFS3), CBA (CBAV3), C&A (CEAB3), Direcional (DIRR3), Engie (ENGI11), Unifique (FIQE3), JBS (JBSS3) e Unipar (UNIP6).
No âmbito das carteiras recomendadas, a XP Investimentos fez algumas alterações para novembro:
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A principal mudança foi a adição de Suzano (SUZB3), enquanto a JBS (JBSS3) foi retirada. “Embora acreditemos que os resultados do 3º trimestre serão fortes e continuemos otimistas em relação à tese de investimento, achamos que as ações já precificaram um trimestre forte e, portanto, preferimos realizar lucros”, ressaltam os analistas sobre a JBS.
A inclusão de Suzano reflete o otimismo com o setor de papel e celulose, que apresenta múltiplos atrativos e boas perspectivas de crescimento, considerando o cenário atual de demanda.
“Acreditamos que a Suzano está bem posicionada para capitalizar um potencial ponto de inflexão no ciclo da celulose. Além disso, com o significativo fluxo de caixa incremental após a ramp-up do Cerrado, vemos indícios, como recompra de ações e aquisições estratégicas menores, mitigando a percepção de deterioração na alocação de capital após os rumores em torno da aquisição da IP”, pontua a XP.
Dividendos
Esta carteira permanece sem alterações para novembro. A XP considera que os ativos já selecionados mantêm boas perspectivas de pagamento de dividendos, mesmo com a volatilidade do mercado.
Small Caps
A XP adicionou Plano & Plano (PLPL3) e removeu a SBF (SBFG3), reforçando sua visão de que a construtora pode trazer retornos interessantes no segmento de pequenas empresas. Essa movimentação também reflete o potencial de expansão do setor imobiliário residencial.
“Estamos removendo a SBF pois esperamos uma dinâmica mista de resultados, com pressão no crescimento de receita, embora com tendências de lucratividade em recuperação. Ainda assim, mantemos nossa recomendação de compra devido ao valuation atrativo”, explica a XP.
Já a Plano & Plano é vista num contexto de forte momentum de resultados.
“A recente aprovação de uma 2ª parcela do programa Pode Entrar em São Paulo, pode impulsionar o crescimento do lucro líquido e da geração de caixa no curto prazo, o que acreditamos não estar refletido na ação. Olhando para 2025, estamos otimistas com o potencial de crescimento de lançamentos, impulsionado por uma demanda aquecida no programa MCMV. E vemos o valuation descontado em comparação com seus pares”, indica a corretora.
ESG
A carteira focada em investimentos sustentáveis e com boas práticas ambientais, sociais e de governança não sofreu alterações. Segundo a XP, os ativos selecionados continuam a cumprir os critérios ESG e a oferecer potenciais de retorno alinhados às expectativas de sustentabilidade.