As ações da Marfrig (MRFG3) foram incluídas na carteira recomendada de small caps do Santander para novembro, revela um relatório enviado a clientes e assinado pelos estrategistas Ricardo Peretti e Alice Corrêa.
Veja todas as carteiras recomendadas para novembro
Os papeis da Santos Brasil (STBP3) foram retirados para abrir espaço para a empresa de alimentos.
Os analistas lembram que, em setembro, a CMA CGM, empresa global de navegação e logística, anunciou a aquisição de aproximadamente 48% das ações da companhia detidas por fundos e entidades do grupo Opportunity, numa transação que a avalia em R$ 13,2 bilhões.
“Após a conclusão da transação, prevista para o primeiro trimestre de 2025, a CMA CGM deverá lançar uma Oferta Pública de Aquisição visando o controle de 100% das ações em circulação. Assim, com a OPA prevista para ocorrer em breve (e, a consequente deslistagem da B3), optamos por excluir as ações da carteira e incluir um novo setor no portfólio (proteínas), através da adição de Marfrig”, pontuam.
Entrada da Marfrig
Peretti e Corrêa ressaltam que a empresa é a segunda maior produtora de carne bovina no mundo e líder mundial na produção de hambúrguer, tendo o portfólio complementado por ovinos, sobremesas, linha pet, entre outros. A companhia realiza transações societárias com frequência, tendo como destaque recente a aquisição da BRF (BRFS3).
“Apesar das condições desafiadoras do mercado nos EUA, continuamos otimistas sobre a Marfrig devido ao desempenho robusto da National Beef (operação na América do Norte). A consolidação industrial e o acesso a mercados premium e de nicho permitiram que a National Beef superasse o mercado de carne bovina no passado. Desde a última crise em 2015, os cortes nobres aumentaram sua fatia de 4% para quase 10% da indústria de carne bovina, com a National Beef sendo um participante importante nesse nicho. Esperamos que essa tendência continue”, ressaltam.
Além disso, na América do Sul, a Marfrig está expandindo sua capacidade de abate e desossa de 8.000 para 11.000 cabeças por dia até o fim de 2025. Espera-se que essa expansão compense o Ebitda perdido com a venda de ativos para a Minerva (BEEF3).
As operações legadas terão uma exposição de 34% a alimentos processados e se beneficiarão de uma maior consolidação industrial, permitindo que a Marfrig replique sua estratégia bem-sucedida dos EUA no Brasil. “Estimamos que as margens Ebitda em ciclos de baixa sejam de 6%, indicando que a divisão deve continuar gerando fluxo de caixa positivo mesmo em cenários de estresse”, destaca o Santander.
Por fim, os analistas calculam que o forte desempenho nos EUA e na América do Sul pode levar a uma reclassificação das ações da Marfrig.
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Atualmente, a empresa é negociada a 6x EV/Ebitda (ex-BRF e operações vendidas para Minerva).
“Esse valuation é atraente, especialmente porque as margens de meio de ciclo precificariam a empresa em 4 vezes, representando um desconto de 25% em relação aos múltiplos históricos. Prevemos que o quarto trimestre de 2024 será um período crucial para a Marfrig demonstrar a resiliência de seu modelo de negócios perante os competidores”, finalizam.
Veja a carteira de small caps
O Santander também elevou em elevamos em 1 ponto percentual as participações de Direcional Engenharia (DIRR3) e de Vivara (VIVA3), ambas de 9% para 10%.