O historiador Allan Lichtman disse que as oscilações nos levantamentos de intenção de voto são mais importantes do que as próprias pesquisas, ao comentar a liderança da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, no Estado de Iowa. O ex-presidente Donald Trump venceu com oito pontos porcentuais de vantagem em 2020.
“Sabemos que as pesquisas iniciais não importam, mas estamos a dois dias da eleição. Além disso, as oscilações nas pesquisas importam mais do que as próprias pesquisas”, escreveu Lichtman, em seu perfil no X (antigo Twitter).
A candidata democrata lidera a disputa em Iowa com 47% das intenções de voto contra 44% registrados pelo republicano, mostrou pesquisa do jornal local Des Moines Register e a Mediacom, divulgada ontem. Harris está três pontos porcentuais à frente de Trump, dentro da margem de erro do levantamento, de 3,4 pontos porcentuais.
Eleições nos EUA: Quando os resultados serão conhecidos?
“Isso é uma oscilação de 7 pontos a seu favor em relação à pesquisa de setembro”, destacou Lichtman. Sua aposta é uma vitória de Harris.
As 13 chaves
O sistema de previsão eleitoral “As Chaves da Casa Branca”, desenvolvido pelo historiador Allan Lichtman, utiliza uma abordagem única para prever o vencedor das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Ao contrário das tradicionais análises de pesquisas e debates, Lichtman baseia-se em 13 “chaves” que, se favoráveis ao partido incumbente (o partido do atual presidente), aumentam as chances de vitória. O modelo é simples: se seis ou mais dessas chaves se voltam contra o partido incumbente, ele perde a eleição. Lichtman acertou a maioria das previsões desde a criação do sistema, incluindo a vitória inesperada de Donald Trump em 2016.
Abaixo estão as 13 chaves que compõem o sistema:
1 – Mandato do partido: Após as eleições de meio de mandato, o partido incumbente possui mais cadeiras na Câmara dos Deputados do que nas eleições de meio de mandato anteriores. Esse fator indica o grau de apoio ao partido no Congresso.
2 – Sem disputa interna: Não há uma disputa significativa dentro do partido incumbente pela nomeação presidencial. A unidade partidária tende a fortalecer o candidato escolhido.
Veja todas as carteiras recomendadas para novembro
3 – Candidato incumbente buscando reeleição: O candidato do partido incumbente é o presidente em exercício, o que geralmente oferece uma vantagem, pois ele já está no poder.
4 – Ausência de um terceiro partido: Não há uma campanha significativa de um terceiro partido ou candidato independente. Quando há, ele pode dividir votos e prejudicar o partido incumbente.
5 – Economia de curto prazo forte: A economia não está em recessão durante a campanha eleitoral, o que beneficia o partido incumbente, já que os eleitores tendem a valorizar a estabilidade econômica.
6 – Economia de longo prazo forte: O crescimento econômico real per capita durante o mandato do incumbente é igual ou superior ao crescimento médio dos dois mandatos anteriores, indicando prosperidade a longo prazo.
7 – Mudança importante de política: A administração atual realizou mudanças significativas na política nacional, o que pode fortalecer a imagem do partido como agente de transformação.
8 – Ausência de agitação social: Não há grandes episódios de instabilidade social ao longo do mandato, algo que, se presente, poderia indicar descontentamento generalizado.
9 – Sem escândalos: A administração está livre de escândalos graves que poderiam manchar sua reputação e prejudicar suas chances de reeleição.
10 – Sem falhas em política externa ou militar: Não houve falhas significativas em política externa ou em operações militares, o que, se ocorresse, poderia afetar negativamente a confiança pública no governo.
11 – Sucesso importante em política externa ou militar: A administração alcança um sucesso marcante em política externa ou militar, o que fortalece a imagem de liderança e competência.
12 – Candidato incumbente carismático: O candidato do partido incumbente é carismático ou um herói nacional, atributos que aumentam seu apelo junto aos eleitores.
13 – Desafiante sem carisma: O candidato do partido opositor não é carismático nem um herói nacional, o que pode enfraquecer sua campanha e favorecer o incumbente.