O Itaú (ITUB4) apresentou resultados sólidos para o terceiro trimestre de 2024, superando expectativas de mercado e reafirmando sua posição de destaque no setor bancário brasileiro. Segundo análise do Safra, XP Investimentos, BTG Pactual e Ágora Investimentos, o lucro líquido recorrente do banco foi de R$ 10,7 bilhões, representando um aumento de 6% em relação ao trimestre anterior e 18% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse crescimento contínuo se reflete em um robusto ROE de 22,7%, que destaca a rentabilidade sustentável da instituição.
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O Safra, representado pelos analistas Daniel Vaz, Silvio Dória e Maria Luisa Guedes, classifica o desempenho do Itaú como “forte”, destacando a capacidade do banco de gerar capital consistentemente em meio a um ROE elevado e uma posição de capital sólida, com índice de 13,7% de CET1. “Esses resultados reforçam a capacidade do Itaú de crescer as receitas e construir capital em um nível de ROE forte de 23%”, mencionaram os analistas do Safra.
Eles também ressaltaram que a reversão de provisões de clientes específicos, como a Americanas (AMER3), foi um fator-chave para o resultado acima do esperado. Mesmo com o impacto positivo da reversão, o Safra manteve uma visão neutra sobre as ações, citando desafios operacionais, como o aumento das despesas de marketing com eventos, entre eles o Rock in Rio e a comemoração dos 100 anos do Itaú.
No mesmo tom, o BTG Pactual apontou que o Itaú “continua a se destacar entre seus pares”, atribuindo o bom desempenho a uma combinação de aumento nos lucros antes de impostos e ao crescimento da carteira de crédito, especialmente no segmento de varejo. Para os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, o crescimento de 2% da carteira de crédito do banco e os aumentos expressivos nos empréstimos para pequenas e médias empresas são indicativos de uma “postura de risco responsável” do Itaú, enquanto ele mantém um foco em qualidade de ativos.
O banco também revisou para cima suas projeções de crescimento da carteira de crédito para o final de 2024, agora entre 9,5% e 12,5%, citando o impacto positivo da desvalorização do real e a expansão dos empréstimos ao segmento de varejo.
ROE impressionante
Segundo o relatório da XP Investimentos, assinado pelos analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, o Itaú consolidou mais uma vez seu desempenho comercial robusto.
“O Itaú apresentou um conjunto impressionante de resultados, com um ROE que poderia ter sido ainda maior se não fosse o excesso de capital”, disseram. A XP também ressaltou a revisão para cima do guidance do Itaú para crescimento da carteira de crédito, que reflete um bom momento para empréstimos em segmentos de pequenas e médias empresas e de veículos, ambos com taxas de crescimento anual significativas de 12,3% e 9,5%, respectivamente.
A Margem Financeira com Clientes (NII) também teve desempenho positivo, subindo 4,5% em comparação ao trimestre anterior e 7,4% em relação ao ano passado, impulsionada pelo aumento de operações estruturadas no atacado e depósitos.
Despesas merecem atenção
Por outro lado, a Ágora Investimentos, representada por Francisco Navarrete e Renato Chanes, destacou a gestão rigorosa do banco em relação à qualidade dos ativos, com uma redução no índice de inadimplência de 90 dias para 2,6%.
Para a Ágora, a estabilidade da margem financeira e a reversão de R$ 500 milhões em provisões por causa de um grande cliente corporativo foram fatores positivos para o trimestre, mas o aumento de 5,8% nas despesas operacionais merece atenção. “Acreditamos que os resultados do Itaú apresentaram tendências sólidas, com destaque para a aceleração no crescimento de empréstimos individuais e indicadores positivos de qualidade de ativos”, afirmaram os analistas.
Além disso, o banco mostrou força no segmento de seguros, com um aumento de 5,3% nas receitas em relação ao trimestre anterior e 15% em comparação ao ano anterior. As receitas de comissões e tarifas, no entanto, apresentaram leve queda trimestral de 0,9%, refletindo uma menor demanda por serviços de corretagem e assessoria financeira. Esse cenário foi compensado pelo crescimento nos serviços de cartões e gestão de ativos, consolidando o Itaú como uma instituição que sabe diversificar suas fontes de receita para mitigar oscilações em setores específicos.
A performance de sua carteira de crédito teve um papel essencial no trimestre, especialmente com os empréstimos ao varejo e às pequenas e médias empresas. O Safra observou um crescimento de 3,9% em empréstimos hipotecários, enquanto o BTG mencionou que o portfólio de crédito de cartão aumentou 2% em comparação ao segundo trimestre de 2024. Essas expansões permitiram ao Itaú elevar suas projeções de crescimento da carteira de crédito, que anteriormente estavam entre 6,5% e 9,5%, agora revisadas para uma faixa mais otimista de 9,5% a 12,5%.
A posição de capital do banco também se manteve forte, com o índice CET1 subindo 60 pontos-base para 13,7%. Isso, segundo a XP Investimentos, indica que o banco está preparado para enfrentar potenciais mudanças regulatórias previstas para 2025. A análise do BTG reforça essa visão, destacando que o Itaú “está em uma posição privilegiada para ter um bom desempenho em um ano mais desafiador”, referindo-se ao cenário macroeconômico deteriorado no Brasil. Essa combinação de uma base de capital sólida e uma carteira de crédito diversificada posiciona o Itaú para enfrentar os desafios do próximo ano.