A Gol Linhas Aéreas (GOLL4) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2024, que refletem um desempenho abaixo das expectativas do mercado. De acordo com análise do BTG Pactual, a companhia enfrentou uma queda de rentabilidade, marcada por um Ebitda e um lucro líquido inferiores ao esperado. A receita líquida totalizou R$ 5 bilhões, uma redução de 6% em comparação anual, mas ainda assim, 9% acima das previsões dos analistas.
Os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia têm recomendação de venda para as ações, com preço-alvo de R$ 1.
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O Ebitda ajustado ficou em R$ 491 milhões, representando uma queda significativa em relação ao mesmo trimestre de 2023, quando foi registrado em R$ 1,3 bilhão. A margem Ebitda recuou para 10%, comparada aos 27% do ano anterior, pressionada por impactos não recorrentes de aproximadamente R$ 700 milhões relacionados ao processo de reorganização financeira sob o Capítulo 11 nos Estados Unidos. Excluídos esses itens, o Ebitda recorrente foi de R$ 1,2 bilhão, representando uma queda de 4% na base anual.
O trimestre foi ainda marcado por um aumento nos custos por assento-quilômetro (CASK), que subiram 4% na base anual, refletindo pressões de custo, especialmente fora dos combustíveis, cujo CASK cresceu 9%. Além disso, a Gol apresentou um aumento na alavancagem, com uma relação dívida líquida/Ebitda de 5,5x, impactada pela redução de sua posição de caixa para R$ 1,9 bilhão, frente aos R$ 2,6 bilhões no trimestre anterior, enquanto sua dívida bruta aumentou para R$ 29,4 bilhões.
O processo de reestruturação financeira da companhia, conduzido pelo Capítulo 11, avançou durante o trimestre. Em setembro, a Gol concluiu negociações com arrendadores de aeronaves e motores, estabelecendo acordos de reestruturação para 139 aeronaves e 58 motores, já aprovados judicialmente.
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Em novembro, a companhia firmou um acordo de apoio ao Plano de Reorganização com o Abra Group Limited e o Comitê de Credores Quirografários. Sob este plano, a Gol espera converter ou eliminar até US$ 1,7 bilhão em dívida e reduzir outras obrigações em US$ 850 milhões. A expectativa é de que o plano seja submetido à corte até o final do ano, com conclusão projetada para abril de 2025, fortalecendo a estrutura de capital e potencial de crescimento da companhia.
Em sua análise, o BTG Pactual destacou que os investidores acompanharão atentamente as atualizações do processo de reestruturação, além de fatores como volumes de passageiros, variação do câmbio e preços dos combustíveis.