A CVC (CVCB3) divulgou seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, apresentando um cenário de recuperação gradual em meio ao seu processo de reestruturação. De acordo com análises do BTG Pactual e Itaú BBA, embora a empresa tenha registrado uma queda no volume total de reservas, alguns indicadores de rentabilidade mostraram avanços significativos, destacando um cenário de melhora operacional. É o primeiro trimestre com lucro após a pandemia do coronavírus.
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As reservas consumidas da CVC totalizaram R$ 3,87 bilhões, uma leve queda de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme destacou o Itaú BBA.
No Brasil, as reservas consumidas cresceram 6%, com o segmento B2C subindo 10%, enquanto o B2B teve crescimento de apenas 1%, reflexo da interrupção temporária nas operações do aeroporto do Rio Grande do Sul devido a enchentes no segundo trimestre. No entanto, na Argentina, as reservas caíram 22% ano a ano, impactadas pelo cenário macroeconômico desafiador.
A receita líquida consolidada foi de R$ 364 milhões, 3% abaixo do registrado no terceiro trimestre de 2023, mas 4% acima das expectativas do Itaú BBA, que destacou a evolução na lucratividade. O Ebitda ajustado (excluindo IFRS 16) foi de R$ 121 milhões, representando um crescimento de 29% em relação ao ano anterior, superando as estimativas dos analistas. A margem Ebitda ajustada também surpreendeu positivamente, alcançando 33,3%, o que representa um avanço de 8,4 pontos percentuais em comparação ao ano passado.
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Um ponto de destaque foi o retorno ao lucro líquido ajustado, com um resultado positivo de R$ 18 milhões, marcando a primeira vez em mais de quatro anos que a CVC registra um saldo positivo. Esse avanço é atribuído a uma série de ajustes operacionais, incluindo a redução de despesas com vendas na Argentina e um maior controle de custos, como destacou o BTG Pactual.
A estratégia de expansão da CVC se manteve ativa, com a abertura de 162 novas lojas nos últimos nove meses. Além disso, a empresa começou a ver os primeiros efeitos de sua renegociação de dívida, anunciada em setembro, que estendeu o cronograma de amortização para o segundo semestre de 2026. O Itaú BBA acredita que esses ajustes na estrutura de capital e a retomada gradual de operações, incluindo o aeroporto no Rio Grande do Sul, devem impulsionar um crescimento nas reservas no próximo trimestre.
Apesar das melhorias operacionais, os analistas mantêm uma visão cautelosa sobre a recuperação da CVC. O BTG Pactual destacou que a empresa continua enfrentando desafios significativos em seu processo de reestruturação, especialmente em termos de redução da alavancagem e competição com agências de viagens online. A expectativa é que a CVC consiga aproveitar a retomada da demanda por viagens, mas os analistas alertam que o caminho para uma recuperação plena ainda será longo e complexo.