O Itaú BBA reiterou sua recomendação “outperform”, o mesmo que compra, para as ações da Direcional (DIRR3), apontando o papel como uma das principais apostas no setor de construção civil, mesmo diante de preocupações com a inflação e a concorrência no mercado de terrenos. O preço-alvo é de R$ 36.
Segundo o analista Daniel Gasparete, a empresa demonstra sólida capacidade de geração de caixa, perspectivas de aumento de margem e potencial para pagar quase 100% dos lucros em dividendos nos próximos dois anos, resultando em um dividend yield acumulado de 20%.
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Durante uma rodada de apresentações com executivos da Direcional, o CFO Paulo Sousa destacou a forte demanda por produtos em todas as categorias, desde os empreendimentos da marca Riva até os mais econômicos. Em outubro, as vendas líquidas superaram as expectativas, alcançando R$ 500 milhões. A velocidade de vendas dos novos projetos está próxima de 30%, acima da média consolidada de 25% do terceiro trimestre de 2024.
O CFO também mencionou o aumento nas margens brutas, atribuído a um efeito de mix, com projetos mais lucrativos substituindo os anteriores. Mesmo com inflação projetada em 6%-7%, a margem bruta deve continuar crescendo, com os lançamentos recentes apresentando um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 35%-40%, bem acima da média consolidada de 29%.
Controle de custos
Apesar do avanço da inflação, a Direcional conseguiu controlar os custos de forma mais eficiente do que o índice INCC, graças à menor participação de mão de obra na composição de seus custos. A empresa acumulou economias de R$ 28 milhões em seus orçamentos de construção, garantindo fôlego para lidar com possíveis deteriorações no cenário inflacionário. No entanto, o mercado de terrenos está se tornando mais competitivo, especialmente em São Paulo, com novos participantes, como Lavvi (LAVV3) e Vivaz, disputando áreas estratégicas no programa Minha Casa Minha Vida.
Um dos destaques apontados pelo Itaú BBA foi o potencial de pagamento de dividendos pela Direcional. O CFO indicou que a empresa pode alcançar um payout próximo a 100% dos lucros em 2024 e 2025, impulsionado pela melhoria no fluxo de caixa operacional e pela venda planejada de R$ 400-500 milhões em recebíveis por ano. Essa estratégia deve estabilizar o passivo em R$ 1,1 bilhão, garantindo recursos adicionais para a remuneração aos acionistas.
Apesar de preocupações com a “concentração” do papel no mercado e seu desempenho expressivo em 2024 (alta de 37% no ano, contra queda de 3% no Ibovespa), o Itaú BBA acredita que a Direcional ainda oferece o melhor equilíbrio entre risco e retorno. A avaliação atrativa, com um múltiplo preço/lucro (P/E) de 6x para 2025, e o potencial de dividendos tornam a ação um destaque no setor.