Após uma forte queda de 2,4% do Ibovespa (IBOV) na véspera, com os investidores reagindo mal ao detalhamento do plano de cortes de gastos do governo Lula, o índice futuro (WIN1) negocia em leve alta de 0,34%, aos 125.605 pontos.
Já o dólar (USDBRL) continua a sua escalada e toca os R$ 6,03, com valorização de 0,35%.
Para a Ativa Investimentos, os cálculos após a divulgação do pacote indicam que a Selic precisaria superar os 14%.
“Entretanto, é inegável que, deliberadamente ou não, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não alertou os membros do governo sobre os potenciais e evidentes danos que o pacote causaria aos ativos. Isso levanta questionamentos sobre uma eventual leniência — seja ela deliberada (o que seria institucionalmente terrível) ou não, fruto de um distanciamento da realidade econômica”, opina Étore Sanchez, economista da Ativa.
Para a Ágora Investimentos, o Ibovespa retomou a tendência de baixa e perdeu duas importantes referências de suporte, “sinalizando possível extensão do movimento negativo em direção ao próximo potencial fundo na região dos 122.250 pontos”, mostra um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (29).
As bolsas da Ásia fecharam sem rumo único nesta sexta-feira, 29. A Bolsa de Seul teve forte queda após dados abaixo do esperado de produção industrial ampliarem o pessimismo após o Banco Central do país reduzir as taxas de juros inesperadamente e rebaixar previsões sobre a economia. Tóquio computou baixa diante das incertezas sobre potenciais medidas protecionistas nos Estados Unidos, enquanto expectativas de estímulos deram suporte a mercados na China.
Dívida pública
Os dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (29) mostram que a dívida líquida do setor público (DLSP) fechou outubro em 62,1% do PIB, representando R$ 7,1 trilhões. Esse valor reflete uma redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior, influenciada principalmente pela desvalorização cambial de 6,1%, que teve impacto positivo na redução da dívida líquida.
O setor público consolidado registrou em outubro um superávit primário de R$ 36,9 bilhões, acima dos R$ 14,8 bilhões registrados no mesmo período de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário caiu para 1,95% do PIB, frente a 2,16% no mês anterior.
Apesar do desempenho positivo no resultado primário, o resultado nominal (que inclui os juros da dívida) apresentou um déficit de R$ 74,7 bilhões no mês, muito acima dos R$ 53,767 bilhões negativos de setembro. Nos últimos 12 meses, o déficit nominal atingiu R$ 1,092 trilhão, ou 9,52% do PIB, refletindo o peso dos juros nominais, que somaram 7,57% do PIB no período.
O mercado esperava um valor negativo de R$ 50,75 bilhões
Desemprego
O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 6,2% no trimestre encerrado em outubro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (29). O índice, que está em linha com as expectativas do mercado, representa o menor patamar em 13 anos, refletindo uma recuperação consistente do mercado de trabalho.