O BTG Pactual (BPAC11) divulgou uma análise detalhada sobre as perspectivas da Trisul (TRIS3), uma das principais empresas do setor imobiliário no Brasil.
Apesar de enfrentar desafios no cenário macroeconômico, a empresa é vista com otimismo pelo banco, que reiterou a recomendação de “compra” com base em fundamentos sólidos e estratégias bem delineadas para o futuro.
Perspectivas de crescimento e vendas sólidas
Em reunião com o CEO Jorge Cury e o CFO Fernando Salomão, a Trisul revelou otimismo quanto ao desempenho em 2025.
A empresa planeja lançar até R$ 2 bilhões em novos projetos, divididos igualmente entre unidades de alto padrão e habitação popular (Minha Casa Minha Vida – MCMV).
O recente lançamento do projeto The Rose destacou a demanda sólida por imóveis maiores e de alta qualidade, impulsionada por mudanças no Plano Diretor de São Paulo. As vendas iniciais desse projeto apresentaram forte desempenho, com aumento das margens brutas.
Apesar das taxas de juros elevadas, a Trisul continua atraindo clientes nos segmentos de alta e baixa renda, evidenciando a resiliência da demanda por habitação no estado de São Paulo.
Estratégia de expansão e controle de custos
Uma das principais apostas da Trisul é a aquisição de terrenos em nichos de alta e baixa renda, aproveitando a menor concorrência de empresas menores que enfrentam dificuldades financeiras.
Essa estratégia é vista como um diferencial competitivo para sustentar o crescimento.
A margem bruta da empresa também está em ascensão, prevista para alcançar entre 32% e 33%, reflexo dos projetos de nova geração e do controle rigoroso dos custos de construção.
Desalavancagem e planejamento sucessório
Outro ponto destacado foi a meta de desalavancagem da empresa, com redução do endividamento à medida que novos projetos são entregues entre o final de 2024 e 2025.
Apesar do cenário macroeconômico adverso, que limita a possibilidade de maiores dividendos, a Trisul pretende manter uma posição de caixa confortável.
Além disso, a empresa está em processo de planejamento sucessório. João Azevedo, ex-Even, foi nomeado COO, reforçando a equipe executiva.
O CEO Jorge Cury sinalizou que, nos próximos três anos, pretende transitar para um papel mais estratégico, delegando as operações do dia a dia para novos líderes.
Valuation e recomendação
O BTG Pactual destacou o valuation atrativo da Trisul, com um múltiplo de preço/lucro estimado (P/E) de 4,1 vezes para 2024 e 3,4 vezes para 2025.
A empresa apresenta um potencial de valorização de 72,4%, além de uma previsão de retorno total de 75,8%, considerando o rendimento projetado de dividendos.
O preço-alvo para os próximos 12 meses foi mantido em R$ 9, representando um prêmio significativo em relação ao preço atual de R$ 5,22.