O mercado imobiliário da cidade de São Paulo teve mais um mês com atividades aquecidas, atingindo novos recordes, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta, 29, pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
As vendas de imóveis residenciais novos em outubro subiram 63,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 11,4 mil unidades.
No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, a comercialização avançou 31%, para 99,0 mil unidades – maior patamar já registrado.
A velocidade de vendas (que mede a quantidade de unidades vendidas em relação ao estoque disponível) em 12 meses até outubro foi a 62,4%, alta de 7,5 pontos porcentuais na comparação anual.
Em outras palavras, as vendas estão mais rápidas.
Lançamentos e estoques
O resultado forte de vendas tem motivado as incorporadoras a lançar mais projetos. Os lançamentos em outubro tiveram alta de 27,7% na comparação anual, para 10,2 mil imóveis.
No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, os lançamentos aumentaram 33%, totalizando 97,2 mil unidades – os mais altos já registrados pelo Secovi-SP.
Com mais vendas do que lançamentos, o estoque de imóveis novos disponíveis para venda (considerando unidades na planta, em obras e recém-construídas) recuou 12,6% em um ano, para 53,6 mil unidades em outubro.
MCMV
Assim como nos últimos meses, o que tem puxado o mercado para cima é o Minha Casa Minha Vida (MCMV).
As vendas de imóveis dentro do programa habitacional cresceram 53% no acumulado dos últimos 12 meses até outubro, chegando a 54,6 mil unidades.
Com isso, o programa já responde por 55% das vendas (ante 47% um ano atrás). No caso dos lançamentos, os projetos dentro do MCMV tiveram alta de 84%, para 61 mil unidades. Eles representaram 63% do total de lançamentos (ante 45% um ano atrás).
Já no caso dos empreendimentos do setor de médio e alto padrão, o desempenho foi mais discreto. As vendas nos últimos 12 meses subiram 7%, para 37,9 mil unidades, enquanto os lançamentos caíram 10%, para 36,3 mil.
Os projetos do MCMV deslancharam desde que as novas regras do programa passaram a valer, em 2023.
Os ajustes proporcionaram aumento dos subsídios, corte nos juros dos financiamentos e ampliação do preço máximo dos imóveis elegíveis que chegaram a R$ 350 mil o que favoreceu o enquadramento de mais projetos dentro do programa.
Mais recentemente, houve corte de impostos para construtoras e atualização das faixas de renda dos beneficiários.
Por sua vez, os empreendimentos do setor de médio e alto padrão são financiados com linhas de mercado, com subida das taxas de juros nos últimos meses. Esse fator tem inibido os negócios no segmento.