Após dominarem várias regiões do norte da Síria, os rebeldes cercaram Homs nesta sexta-feira, 6, terceira maior cidade do país, local estratégico para o controle da principal rodovia que leva à capital, Damasco, ameaçando o ditador Bashar Assad. O objetivo da ofensiva é derrubar o regime, afirmou o líder dos insurgentes, Abu Mohamed al-Jawlani, em entrevista à TV CNN. “O objetivo continua sendo derrubar este regime”, disse
Na quinta-feira, 5, militantes liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) assumiram o controle de Hama e se deslocaram para o sul, capturando rapidamente outras duas cidades importantes nos arredores de Homs. O HTS surgiu como uma dissidência da Al-Qaeda, mas vem tentando se afastar do islamismo radical.
“A batalha de Homs é a mãe de todas as batalhas e decidirá quem governará a Síria”, disse Rami Abdurrahman, chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), organização com sede em Londres, que monitora a guerra civil.
O avanço rápido dos rebeldes não encontrou muita resistência das forças oficiais de Assad. O Exército sírio não se pronunciou sobre as perdas, mas em cidades como Hama, os soldados se retiraram com a justificativa de evitar confrontos em áreas civis.
Alerta russo
A Embaixada da Rússia em Damasco instruiu seus cidadãos a deixarem a Síria, em uma rara demonstração de preocupação. Moscou continua sendo um importante aliado de Assad, incluindo o fornecimento de apoio militar.
O problema, segundo analistas, é que os russos estão ocupados com a guerra na Ucrânia e não conseguem mais fornecer o mesmo apoio de antes. Outros dois atores que mantinham Assad de pé, o Irã e o Hezbollah, estão envolvidos em um conflito contra Israel, o que ajuda a explicar o avanço rápido dos rebeldes.
Ontem, um vídeo de um canal de Alepo, ligado à oposição, mostrou ataques aéreos contra a cidade de Talbiseh, entre Hama e Homs, que logo em seguida foi conquistada pelos insurgentes. Damasco disse que aviões russos e sírios foram responsáveis por ataques na zona rural de Hama.
Apoio turco
Ontem, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ofereceu apoio ao HTS. “Idlib, Hama, Homs e, muito provavelmente, Damasco. Esperamos que essa marcha na Síria continue sem problemas”, disse. Os chanceleres de Turquia, Irã e Rússia se reúnem hoje em Doha para discutir a guerra.
Homs fica em um ponto-chave, próximo da fronteira com o Líbano, que conecta a estrada para Damasco com uma rodovia para o Mediterrâneo, onde estão as principais bases navais da Rússia. A cidade foi palco de alguns dos combates mais ferozes durante o início da guerra civil da Síria, em 2011. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.