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Nissan, Honda e Mitsubishi anunciam “supermontadora”

Montadoras pretendem criar uma holding conjunta "em meio às mudanças drásticas no ambiente que cerca ambas as empresas e a indústria automotiva"

por Gustavo Kahil
3 min leitura
CEOs da Nissan, Honda e Mitsubishi, durante o acordo de estudos para fusão das empresas

Nissan e Honda (HMC; HOND34) confirmaram nesta segunda-feira, 23, a abertura formal de negociações por uma fusão que pode criar a terceira maior montadora de automóveis do mundo, atrás da Toyota e da Volkswagen. O movimento é visto como estratégico para competir com o mercado da China.

As discussões, que já haviam sido adiantadas pela imprensa internacional na semana passada, devem se estender até junho do próximo ano, quando as duas empresas planejam finalizar um acordo. Em seguida, o plano é terminar o processo de integração com a listagem da nova companhia na Bolsa de Tóquio em agosto de 2026.

Separadamente, as montadoras japonesas concordaram em avaliar também a possível inclusão da Mitsubishi Motors Corporation nas negociações por meio do estabelecimento de uma holding conjunta “em meio às mudanças drásticas no ambiente que cerca ambas as empresas e a indústria automotiva”.

A Mitsubishi pretende chegar à sua conclusão até o final de janeiro de 2025 sobre a participação ou envolvimento na integração de negócios.

Além disso, a Nissan e a Honda podem buscar o desenvolvimento da base industrial do Japão como uma “empresa líder global em mobilidade” ao integrar os negócios de veículos de quatro rodas e os negócios de motocicletas e produtos de energia da Honda, permitindo que as marcas de ambas as empresas se tornem mais atraentes e ofereçam produtos e serviços mais atraentes e inovadores aos clientes em todo o mundo.

Ações decolam

Nos mercados de Tóquio, o Nikkei avançou 1,19%, a 39.161,34 pontos. As ações da Honda saltaram 3,82% e da Nissan ganharam 1,58%, antes do anúncio da fusão. Os papeis da Mitsubishi avançaram 0,62%. Nos mercados americanos, contudo, as ações da Honda saltam 16%. O mesmo acontece com as BDRs na B3.

Nissan
(Imagem: Divulgação/ Nissan)

Veja os principais destaques da operação entre a Nissan e Honda

Sinergias projetadas e impacto financeiro. A integração entre Nissan e Honda prevê sinergias significativas, com receita anual esperada acima de 30 trilhões de ienes e lucro operacional superior a 3 trilhões de ienes. A padronização de plataformas de veículos e processos produtivos promete reduzir custos e maximizar lucros.

Integração de P&D e tecnologias de veículos. As empresas irão combinar funções de pesquisa e desenvolvimento (P&D), focando em tecnologias para veículos definidos por software. A colaboração visa melhorar a eficiência, reduzir custos e acelerar avanços tecnológicos.

Otimização da produção e eficiência fabril. A integração dos sistemas de fabricação e instalações promete reduzir custos fixos. O uso compartilhado de linhas de produção aumentará a capacidade operacional e a eficiência.

Competitividade na cadeia de suprimentos. A integração das funções de compras permitirá otimizar operações e utilizar fornecedores comuns, fortalecendo a competitividade em toda a cadeia de produção.

Eficiência nas operações administrativas. A padronização de processos e integração de sistemas deve gerar reduções de custo significativas nas operações administrativas e back-office de ambas as empresas.

Sinergia nas funções de financiamento de vendas. A integração permitirá oferecer novos serviços financeiros durante o ciclo de vida dos veículos, aumentando a escala das operações financeiras e atendendo melhor os clientes.

Talentos em eletrificação e inteligência. A fusão aproveitará os talentos de ambas as empresas, promovendo colaborações técnicas e acesso a novos mercados de trabalho, fortalecendo a base de inovação e eletrificação.

Estrutura e cronograma de integração. Um comitê preparatório discutirá a estrutura organizacional. A holding conjunta será listada na Bolsa de Tóquio em agosto de 2026, com ambas as empresas tornando-se subsidiárias integrais. A deliberação sobre os detalhes da fusão seguirá até a execução final do plano.

(Com Estadão Conteúdo)

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