A fuga de capital na B3 (B3SA3) chegou principalmente pelos investidores estrangeiros em 2024.
A bolsa brasileira fechou o ano com um desempenho bem fraco. O Ibovespa (IBOV), principal índice, chegou a renovar máximas históricas, mas o rali durou pouco.
Incertezas fiscais pressionaram o mercado, empurrando o Ibovespa para uma queda de mais de 10% em 2024. Trata-se da maior queda anual do índice desde 2021.
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O mercado de ações foi pego por uma combinação nada favorável de dólar alto, tensões geopolíticas globais, retomada da alta da Selic e incertezas com as contas públicas no Brasil.
Dessa forma, o interesse por ativos de risco domésticos diminuiu de maneira gradativa, especialmente nos últimos meses do ano.
Da parte dos investidores estrangeiros, o fluxo de saídas na B3 superou os R$ 20 bilhões.
Estrangeiros na B3: saídas de R$ 24,19 bilhões
Dezembro foi um mês de recuperação do fluxo estrangeiro na bolsa brasileira.
Apesar disso, o saldo de investimento estrangeiro, considerando IPOs e follow-ons, atingiu volume negativo de R$ 24,19 bilhões nos 12 meses de 2024.
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A fuga de capital teve seu pico mesmo em abril, com as vendas superando as compras em R$ 11,09 bilhões.
Em 2024, o fluxo estrangeiro só marcou quatro meses de saldo positivo.
Veja:
Pior ano desde início de série
Com o volume negativo em 2024, o fluxo de investimento vindo do exterior quebrou a sequência de entrada de capital dos últimos quatro anos.
O resultado também é o pior desde 2016, quando a B3 passou a disponibilizar dados da série.
Até então o desempenho mais fraco tinha sido em 2019, quando as saídas totalizaram R$ 6,49 bilhões.
O peso da participação dos estrangeiros na bolsa
Investidores estrangeiros representam com folga a maior parcela de participação no mercado de investimentos no Brasil.
Desde 2021, a representatividade desse grupo é superior a 50% de toda a participação dos investidores na bolsa brasileira.
Em 2024, o percentual representado pelos investidores estrangeiros é de 55,80%.
Enquanto isso, investidores pessoas físicas e institucionais têm perdido espaço, chegando aos atuais 13,30% e 26,40% em representatividade, respectivamente, do quadro de participantes.
Ano | Pessoas Físicas** | Institucionais | Estrangeiro | Instituições Financeiras | Outros*** |
---|---|---|---|---|---|
2019 | 18,20% | 31,50% | 45,00% | 4,60% | 0,80% |
2020 | 21,40% | 27,20% | 46,60% | 4,00% | 0,90% |
2021 | 19,00% | 25,00% | 50,50% | 4,30% | 1,20% |
2022 | 14,90% | 25,70% | 54,90% | 3,70% | 0,90% |
2023 | 13,80% | 27,10% | 54,70% | 3,60% | 0,80% |
2024 | 13,30% | 26,40% | 55,80% | 3,80% | 0,80% |
Obs.: Considerada a soma do volume de compra e venda.