O Itaú BBA atualizou sua análise sobre o mercado de ações brasileiro, reduzindo a projeção para o Ibovespa (IBOV) em 2025 de 165 mil para 145 mil pontos.
A decisão reflete uma combinação de fatores econômicos e técnicos, com destaque para as expectativas de aperto monetário, crescimento econômico reduzido e maior inflação. Segundo o time de estratégia, formado por Daniel Gewehr, Matheus Marques, Victor Cunha e Raphael Matutani, o cenário fiscal incerto também pesa sobre as perspectivas de recuperação do índice.
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A análise do banco é estruturada em quatro pilares: valoração, momento dos lucros, macroeconomia e aspectos técnicos/posicionamento. Embora a avaliação positiva do mercado permaneça devido aos múltiplos baixos, os riscos relacionados ao ambiente macroeconômico e às revisões de lucros têm ganhado maior relevância.
Veja o que o Itaú BBA espera para as ações
• Avaliação segue positiva, mas com ressalvas. O mercado brasileiro está sendo negociado a 6,8 vezes o preço/lucro, o menor nível em 30 meses, enquanto o “gap de rendimento dos lucros está em 7,4% frente às taxas reais”. Isso, segundo os analistas, já precifica um cenário pessimista em cerca de 80%.
• Crescimento de lucros sob ameaça. Embora o Itaú BBA projete crescimento de lucros em dois dígitos para 2025, há riscos de revisões para baixo, principalmente em um ambiente de “juros e inflação mais elevados”.
• Cenário macroeconômico desafiador. O time macroeconômico do banco prevê “um ciclo de aperto monetário à frente”, acompanhado de menor crescimento do PIB e uma situação fiscal que permanece incerta.
• Ibovespa em terreno neutro tecnicamente. Apesar de se aproximar do território de sobrevenda, o índice ainda enfrenta desafios, como “um cenário difícil para a indústria de fundos local e um humor mais fraco dos investidores estrangeiros”.
• Estratégias de portfólio priorizam qualidade e resiliência. A carteira recomendada foca em ações com potencial de retorno real acima de dois dígitos, dividendos atraentes e exposição cambial. Entre os temas destacados estão: infraestrutura, cíclicos de qualidade, exportadores e líderes em reinvestimento.
• Destaques setoriais. Os analistas continuam otimistas com setores como “utilidades, infraestrutura, papel e celulose, petróleo e gás, e proteínas”, além de identificar oportunidades de crescimento em saúde, consumo e agronegócio.
• Principais recomendações de ações. A lista de preferidas inclui nomes como Equatorial (EQTL3), Sabesp (SBSP3) e Santos Brasil (STBP3) (infraestrutura), Direcional (DIRR3), Caixa Seguridade (CXSE3) e BTG Pactual (BPAC11) (cíclicos de qualidade), Petrobras (PETR4) e Suzano (SUZB3) (exportadores) e Grupo Mateus (GMAT3) e Rede D’Or (RDOR3) (crescimento secular).