Apesar da tendência de clima mais favorável para a agricultura, o Bradesco (BBDC3;BBDC4) prevê a inflação de alimentos próxima a 7,2% neste ano, levando em conta o efeito da queda dos abates nos preços das proteínas.
Em relatório assinado pela analista Mariana Freitas, o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco observa que a alimentação no domicílio foi o grupo que mais surpreendeu na inflação do ano passado.
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O IPCA terminou 2024 marcando 4,8%, acima dos 3,6% previstos pelo Bradesco no início do ano, tendo como premissa, na época, um arrefecimento da economia e alguma apreciação cambial.
Porém, além da resiliência na atividade econômica, a inflação foi afetada pela depreciação de 27% do real.
Também houve choques climáticos – que, além do impacto nas lavouras, levaram a cobranças adicionais nas tarifas de energia e uma deterioração rápida das expectativas, lembra a analista do Bradesco.
Para 2025, parte importante do choque cambial ainda pressionará núcleos, sobretudo no primeiro trimestre.
Porém, prevê o Bradesco, junto com o cenário climático próximo da neutralidade, o maior nível de restrição monetária já observado, com o juro real podendo chegar próximo de 10%, tende a contribuir, na ausência de novos choques, para a desaceleração do crescimento, com consequente redução da inflação.
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O cenário para energia elétrica e gasolina é bastante incerto, avalia o Bradesco.
O banco não prevê, por ora, reajuste nos combustíveis, mas pondera que a defasagem da gasolina e do diesel em relação aos preços internacionais levanta a dúvida sobre o comportamento dos preços no curto prazo.
Já para a energia elétrica, a expectativa é de reajuste médio próximo a 3%, e nenhum efeito de bandeira tarifária.
(Com Estadão Conteúdo)