Um relatório divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Safra aponta um cenário desafiador para o setor bancário brasileiro em 2025, marcado por margens comprimidas devido ao aumento dos custos de captação e incertezas regulatórias. Nesse contexto, as ações do Bradesco (BBDC4) foram rebaixadas para “neutro” por conta da “pressão sobre as margens e menor visibilidade de recuperação do ROE”. Segundo os analistas Daniel Vaz e Maria Luisa Guedes, Itaú Unibanco (ITUB4) se destaca como a única instituição avaliada como “outperform”, graças à sua “posição de capital superior, consistência de lucros e avaliação atraente”.
Não compre as ações do Bradesco (BBDC4), diz Itaú BBA
O relatório destaca que as margens de crédito devem enfrentar maior pressão em 2025, especialmente no segmento de varejo, devido ao atraso na adaptação dos rendimentos dos empréstimos às elevações da Selic e à imposição de limites sobre linhas de crédito rotativo. No atacado, a deterioração do ambiente de risco no Brasil também deve contribuir para a contração do crescimento do crédito.
Veja o que o Safra disse sobre o Bradesco
• Crescimento do crédito deve desacelerar. Os analistas projetam uma redução no crescimento do crédito no varejo de 12% para 8% ao ano em 2025. “Esse movimento será influenciado pelo atraso na adaptação dos rendimentos dos empréstimos às elevações da Selic e pelas mudanças regulatórias”, apontam Vaz e Guedes.
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• Segmento atacadista enfrenta riscos adicionais. No atacado, o crescimento do crédito deve cair de 19% para 7% ao ano, com os spreads de títulos aumentando devido ao “agravamento do ambiente de risco no Brasil”.
• Bradesco perde força no cenário competitivo. O Bradesco foi rebaixado para “neutro” devido à “pressão nas margens, menor recuperação do ROE e efeitos negativos de gestão de ativos e passivos (ALM)”.
• Itaú Unibanco lidera como destaque positivo. Com um preço-alvo ajustado para R$ 41, Itaú Unibanco continua como a principal escolha do Safra. “Sua consistência de lucros e posição de capital superior justificam nossa preferência”, afirmam os analistas.
• Banco do Brasil apresenta potencial de valorização. Apesar de um rebaixamento no preço-alvo para R$ 30, o Banco do Brasil é visto como “uma opção melhor de retorno com dividendos projetados em 12%”.
• Novas regulamentações geram incertezas. A Resolução nº 4966 do Banco Central adiciona camadas de incerteza, mas os impactos foram suavizados com a fase de implementação estendida para quatro anos.
• Revisão dos preços-alvo reflete aumento de risco. Os preços-alvo foram reduzidos devido a um aumento de 100 pontos-base no custo de capital próprio (Ke), resultando em ajustes para Bradesco (R$ 14), Itaú (R$ 41) e Santander (SANB11) (R$ 30).
• Riscos macroeconômicos permanecem no radar. Os principais riscos incluem deterioração macroeconômica, qualidade dos ativos abaixo do esperado, mudanças regulatórias e interferências políticas.