Home Economia EUA: Indústria em 2024 gera ‘otimismo cauteloso’, diz Wells Fargo

EUA: Indústria em 2024 gera ‘otimismo cauteloso’, diz Wells Fargo

Economistas veem esperanças de recuperação, mas com a persistência de desafios como taxas de juros elevadas e incertezas econômicas

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Indústria EUA

O Wells Fargo destacou em relatório divulgado nesta quarta-feira (15) que a produção industrial nos Estados Unidos encerrou 2024 com um crescimento mensal de 0,9% em dezembro, impulsionada pelo fim da greve na Boeing e uma recuperação na produção de aeronaves.

Apesar desse salto, o setor registrou um desempenho geral estável, com o índice manufatureiro fechando o ano no mesmo nível de 2023. Os economistas Shannon Grein e Tim Quinlan apontam um cenário de “otimismo cauteloso” para 2025, com esperanças de recuperação, mas persistência de desafios como taxas de juros elevadas e incertezas econômicas.

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Em 2024, a demanda por bens de capital foi enfraquecida por fatores como liquidez reduzida e custos de financiamento mais altos. “A realidade é que 2024 foi um ano monótono para a manufatura”, observaram os analistas. Para 2025, a recuperação dependerá da resiliência do consumidor e de sinais mais claros no investimento empresarial.

Veja as projeções para a produção industrial dos EUA

Dezembro trouxe recuperação para o setor industrial. O crescimento de 0,9% em dezembro foi o maior desde fevereiro de 2024, com destaques para a produção de mineração (+1,8%) e serviços públicos (+2,1%).

Boeing
(Imagem: Unsplash/ Sven Piper)

Aviação civil lidera os ganhos. Grande parte do aumento em dezembro veio de um salto de 6,3% na produção de aeronaves civis, refletindo o término da greve na Boeing.

Setores de alta tecnologia resistiram. Indústrias de tecnologia avançada, como produtos eletrônicos e equipamentos elétricos, mostraram força em 2024, enquanto outros segmentos enfrentaram estagnação.

Indústria química foi destaque. A produção no setor químico cresceu 5,4% no ano, compensando parte da fraqueza em outros segmentos industriais.

Investimentos empresariais ainda limitados. A demanda por bens de capital continua baixa, influenciada por incertezas, taxas de juros elevadas e falta de clareza sobre políticas tarifárias.

Resiliência do consumo sustenta o mercado. Enquanto os investimentos empresariais recuaram, o consumo mostrou resiliência, criando uma divergência nos desempenhos de bens de consumo e bens de capital.

Otimismo político impulsiona pequenas empresas. Após as eleições, pequenas empresas demonstraram otimismo com possíveis desregulamentações e políticas tributárias favoráveis, embora as tarifas permaneçam uma preocupação.

Expectativas para 2025. O Wells Fargo enfatiza que o desempenho em 2025 dependerá da recuperação na confiança empresarial e no investimento em bens de capital. “Ainda é cedo para determinar até que ponto as condições de demanda vão melhorar neste ano”, concluíram os analistas.

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