O BTG Pactual (BPAC11) reafirmou a recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4), com preço-alvo de R$ 58, destacando os impactos da política de descontos nos combustíveis em relação à paridade de importação.
Atualmente, o diesel é comercializado com desconto de 18%, e a gasolina, de 11%, frente aos preços internacionais.
Segundo os analistas Pedro Soares, Henrique Perez, Thiago Duarte e Bruno Henriques, embora a política de preços represente um risco qualitativo, a companhia segue bem posicionada para entregar resultados robustos.
Faça parte da Imersão Omaha e conheça Warren Buffett com Thiago Nigro
O banco argumenta que a estratégia de bandas de preço, implementada pela Petrobras em 2023, continua permitindo flexibilidade sem comprometer o alinhamento com os parâmetros de mercado.
Apesar da volatilidade nos preços globais do petróleo, os analistas veem uma “assimetria positiva” nas projeções de lucros da empresa, impulsionadas por fatores macroeconômicos como câmbio e produção.
A governança corporativa foi destacada como elemento essencial para a tese de investimento.
O BTG ressalta que o estatuto social e a Lei das Estatais têm blindado a companhia contra interferências políticas prejudiciais, permitindo o ajuste de preços quando necessário.
Veja o que o BTG Pactual disse sobre a Petrobras
• Política de descontos nos combustíveis. Os preços domésticos praticados pela Petrobras estão atualmente abaixo da paridade de importação, com descontos de 18% no diesel e 11% na gasolina. “Acreditamos que ajustes de preço podem ser realizados em breve, considerando a proximidade dos limites das bandas”, explicaram os analistas.
• Estratégia de bandas de preço. Implementada em 2023, essa abordagem permite que a Petrobras ajuste os preços entre a paridade de exportação e importação. “Os preços médios domésticos da Petrobras nos últimos 12 meses permanecem alinhados com as bandas”, destacaram.
• Resiliência ao cenário macroeconômico. Apesar dos desafios no mercado global de petróleo, a Petrobras continua apresentando resultados sólidos devido à “assimetria positiva em relação às projeções de lucro”, afirmaram os analistas.
• Governança corporativa como pilar central. A análise destaca que a governança da Petrobras é fundamental para proteger a empresa de interferências externas. “O estatuto social e a Lei das Estatais têm sido cruciais para mitigar riscos políticos”, apontaram.
• Projeções financeiras otimistas. O dividend yield (DY) estimado para 2025 é de 12%, podendo chegar a 14% com dividendos extraordinários. Esse retorno é considerado um atrativo que supera os riscos percebidos.
• Melhora no mix de produção até 2030. A Petrobras deve aprimorar seu perfil de produção, aumentando o retorno sobre o capital investido (ROIC) e consolidando sua posição como líder no setor de petróleo e gás.
• Potenciais ajustes de preços. Caso os preços internacionais de petróleo e câmbio permaneçam elevados, ajustes nos preços domésticos de combustíveis podem ser inevitáveis para manter o equilíbrio da estratégia de bandas.
• Riscos qualitativos monitorados. Embora os riscos relacionados à política de preços sejam relevantes, o BTG acredita que a Petrobras está bem posicionada para enfrentá-los.