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Gestores de multimercados esperam alta de 1pp da Selic, mostra pesquisa da XP

Nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) para o ano, os gestores se mostraram levemente otimistas com relação ao Focus

por Estadão Conteúdo
3 min leitura
Mercados Ações Fundos

Os gestores de fundos multimercados macro estão na expectativa por uma alta de 1 ponto porcentual (pp) da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira, dia 29.

Para 29 dos 30 gestores consultados em pesquisa realizada pela XP entre os dias 20 e 23 de janeiro, a taxa básica de juros deve sair de 12,25% para 13,25%, uma projeção em linha com o mercado e o último comunicado do Copom.

Quanto às expectativas de juros para o final de 2025, a média esperada pelos gestores é de 15,25%, de acordo com a XP. Já a expectativa referente à inflação (IPCA) para o final de 2025 é de 5,71%, número acima do reportado no Focus de 20 de janeiro (5,08%), e no de 27 de janeiro (5,50%).

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“Em nossa visão, os gestores podem estar precificando revisões altistas para a inflação brasileira como um reflexo do cenário macro desafiador e de altas pressões cambiais”, afirmam os analistas Clara Sodré, Luiz Felippo e José Pini, que assinam o relatório.

Nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) para o ano, os gestores se mostraram levemente otimistas com relação ao Focus, tendo uma projeção média de 2,06%, enquanto o boletim do dia 20 de janeiro projetava 2,04%. Já o Focus de ontem trouxe o número em 2,06%.

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Assim, diante dessas expectativas, os gestores aumentaram as posições tomadas (que apostam na alta) em juro real (+13pp), com a principal redução vinda do posicionamento neutro.

Além disso, a pesquisa também identificou um aumento (+12pp) no posicionamento tomado em juros de países do G10, “muito em linha com uma visão de inflação mais alta e juros mais altos”, descreve a XP. Mas parte (30%) dos gestores seguem com posição aplicada (que aposta na baixa) em juros de países no G10.

Aumento de posições vendidas em real

A pesquisa observou uma continuidade na “tendência mais otimista” em relação ao dólar e ao iene. A divisa americana tem se destacado, com 83% das gestoras com posição comprada (que aposta na alta), vindas do neutro, enquanto 17% estão vendidas (que aposta na baixa).

“Este desequilíbrio reflete um forte otimismo em relação à moeda americana, sugerindo expectativas de valorização ou estabilidade frente a outras moedas”, afirmam os analistas da XP.

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(Imagem: Pixabay/@u_hmycfmol94)

Por outro lado, o relatório aponta que, em relação a outras moedas, os gestores têm uma “inclinação mais pessimista, com uma predominância de posições vendidas”.

“Este movimento pode indicar uma expectativa de desvalorização ou instabilidade dessas moedas em comparação ao dólar. Especificamente em relação ao real e mercados emergentes. No real, a maioria das gestoras, cerca de 67%, mantém posições vendidas. Isso sugere uma perspectiva de desvalorização ou fraqueza do real no curto a médio prazo”, descreve.

A XP destaca que “ainda existe uma parcela significativa, 33%, que está comprada” em real, indicando que há uma visão de potencial valorização ou estabilidade por parte de uma parte do mercado.

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Na renda variável, a pesquisa identificou uma redução do consenso em relação à direção das bolsas no Brasil e no mundo. Por aqui, houve um aumento de 25% para 33% no posicionamento comprado, enquanto 20% das gestoras estão vendidas e 47% neutras.

“Isso demonstra uma confiança moderada, mas também uma cautela significativa devido à volatilidade e aos riscos associados ao mercado brasileiro”, dizem os analistas da XP, acrescentando que, em relação ao tamanho da posição, a maioria dos gestores mencionam posições pequenas em ações brasileiras.

Nos Estados Unidos, 60% dos gestores estão com posição comprada, o que reflete um otimismo com as ações americanas.

No resto do mundo, há um equilíbrio entre posições compradas (10%) e vendidas (7%), e 83% dos gestores indicam posicionamento neutro, com uma abordagem mais cautelosa, segundo a XP.

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