O recente lançamento da inteligência artificial DeepSeek, desenvolvido por uma startup chinesa, gerou preocupações significativas nos mercados globais. Segundo análises do JPMorgan e da gestora Ashmore, o modelo, que rivaliza com o ChatGPT a um custo operacional 95% menor, desafia a hegemonia das grandes empresas americanas de tecnologia e provoca volatilidade em ações como Nvidia (NVDA; NVDC34) e TSMC (TSM; TSMC34).
A inovação da DeepSeek, desenvolvida com adaptações ao Llama da Meta (META; M1TA34) e hardware mais acessível, expõe o risco de menor dependência de semicondutores de ponta, como os fabricados pela Nvidia.
“A queda nos custos pode impulsionar uma rápida adoção da IA por empresas e consumidores,” apontou o JP Morgan, relacionando o fenômeno ao Paradoxo de Jevons, que sugere que maior eficiência tecnológica frequentemente aumenta o consumo total.
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Para a Ashmore, as implicações vão além da tecnologia. A gestora destaca que “a capacidade da China de desenvolver modelos avançados, apesar das restrições de exportação dos EUA, pode redefinir a dinâmica geopolítica e tecnológica.” Essa evolução não apenas ameaça a liderança americana, mas também reconfigura o mercado de inteligência artificial em economias emergentes.
O que esperar do mercado de IA com a entrada da DeepSeek
• DeepSeek desafia modelos de custo e escala no setor de IA. O modelo DeepSeek alcança desempenho comparável ao ChatGPT com um custo significativamente menor. “DeepSeek foi treinado com cerca de 2.000 GPUs H800, muito abaixo da escala usada por concorrentes,” destacou a Ashmore. Essa eficiência pode desestabilizar o mercado de capital intensivo liderado por empresas como Nvidia.
• Nvidia e TSMC sob pressão com novas abordagens de hardware. O JP Morgan observa que a dependência de chips de ponta pode diminuir à medida que modelos como DeepSeek crescem. “A arquitetura adaptável do DeepSeek representa um risco para fabricantes tradicionais de semicondutores,” disseram os analistas.
• Paradoxo de Jevons em ação: mais eficiência, mais consumo. Ambas as análises relacionam o avanço da DeepSeek ao Paradoxo de Jevons. “Menores custos de IA não reduzem o uso; pelo contrário, aceleram a adoção,” afirmou o JP Morgan. Essa democratização pode impulsionar uma expansão rápida do mercado.
• Efeito em mercados emergentes: novas oportunidades e riscos. Na visão da Ashmore, países emergentes podem se beneficiar da tecnologia. “Empresas na China e outros mercados emergentes terão menos dependência das gigantes americanas,” projetaram os analistas.
• Geopolítica: IA chinesa desafia exportações e hegemonia dos EUA. O desenvolvimento da DeepSeek reflete a capacidade da China de superar restrições tecnológicas. “Isso reabre o debate sobre a eficácia das sanções americanas,” apontou a Ashmore, destacando implicações políticas profundas.
• Mercado de capitais reage à incerteza no setor de tecnologia. A volatilidade das ações ligadas à IA destaca os riscos do setor. “A reação do mercado reflete temores sobre mudanças rápidas na dinâmica competitiva,” afirmou o JP Morgan.
• Adoção ampla e crescimento: a IA no centro da transformação global. Apesar dos desafios, tanto o JP Morgan quanto a Ashmore acreditam que a IA continuará sendo um motor de transformação econômica. “A competição global na IA levará a novos casos de uso e inovação,” concluíram.