Em relatório divulgado nesta quarta-feira (29), o Santander atualizou sua cobertura do setor de saúde, elevando a Rede D’Or (RDOR3) à posição de Top Pick e rebaixando a Fleury (FLRY3) para “Manutenção”. Os analistas Caio Moscardini e Karoline Silva Correia destacaram a “combinação positiva” da primeira, com destaque para gestão qualificada, resiliência do segmento e potencial de expansão de margens. Já a segunda foi penalizada por valuation considerado elevado e riscos de revisão baixista nos lucros.
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A Rede D’Or é apontada como principal escolha do setor, com expectativa de crescimento anual de 11,4% na receita em 2025 e expansão de 50 pontos-base na margem. “O valuation não é exatamente barato, mas vemos suporte para o crescimento de LPA (CAGR 2024-27E de 26%)”, afirmaram os analistas. A Fleury, por outro lado, enfrenta pressão competitiva e um dividend yield menos atrativo frente aos pares.
O relatório mantém recomendações de “compra” para Oncoclínicas (ONCO3) e Mater Dei (MTDA3), enquanto a Dasa (DASA3) segue com “Manutenção”. Para os analistas, a RDOR3 se beneficia de programas de recompra de ações e aquisições pelo controlador, fatores que justificam seu prêmio de valuation (14,5x P/L ajustado).
Veja o que o Santander diz sobre a Rede D’Or e o setor
• Rede D’Or consolida liderança com expansão e gestão eficiente. “A Rede D’Or é a nossa Top Pick, especialmente considerando seu posicionamento de mercado único e dominante”, destacaram Moscardini e Correia. A empresa deve adicionar 604 leitos hospitalares em 2025, além de melhorar o MLR (margem de lucro) via parceria com a Sulamerica. Os analistas enfatizaram a “aceleração de receitas” (+11,4% a/a) e programas de recompra de ações como drivers de valorização. “O prêmio de valuation é justificado pelo crescimento sustentável e resiliência operacional”, completaram.
• Fleury perde força por valuation elevado e concorrência. “Rebaixamos a Fleury para ‘Manutenção’ devido ao valuation e à potencial revisão baixista de lucros”, explicaram os analistas. A empresa, líder em diagnósticos, enfrenta pressão da ALTA (marca premium da DASA) e projeta crescimento de apenas 5% no curto prazo. Com P/L ajustado de ~10x e dividend yield de 6,5% para 2025, o retorno é considerado inferior ao de concorrentes como a OdontoPrev (yield de ~9%). “O cenário atual exige cautela, especialmente com riscos às estimativas de consenso”, alertaram.
• Outros players mantêm trajetórias estáveis Oncoclínicas e Mater Dei seguem com recomendação de “Compra” devido a fundamentos sólidos e potencial de valorização. A Dasa, porém, permanece com “Manutenção”, sem catalisadores imediatos. “Reiteramos confiança nas picks selecionadas, mas a execução operacional será decisiva”, pontuaram Moscardini e Correia. Para o Santander, o setor de saúde ainda oferece oportunidades, mas a seletividade é crucial diante de valuations assimétricos e pressões macroeconômicas.