A XP Investimentos divulgou nesta quarta-feira (29) uma análise detalhada das ações da São Martinho (SMTO3), projetando resultados sólidos para o terceiro trimestre do ano fiscal de 2025 (3T25). A receita líquida deve alcançar R$ 2 bilhões, um aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o Ebitda ajustado deve subir 33%, atingindo R$ 936 milhões.
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No entanto, os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak destacam que, apesar dos números positivos, o mercado deve focar nas expectativas futuras, especialmente na posição de hedge da empresa frente à queda nos preços do açúcar e à volatilidade do real. Além disso, a safra 2025/26 é vista como um ponto crucial, considerando as chuvas favoráveis e a posição estratégica da São Martinho no setor sucroalcooleiro.
Veja o que a XP disse sobre a São Martinho
• Hedge e volatilidade no foco do mercado. “Em primeiro lugar, será crucial avaliar como a posição de hedge da empresa evoluiu”, afirmam os analistas. Com os preços do açúcar caindo cerca de 9% e o real se depreciando aproximadamente 1% desde a última divulgação de resultados, a XP destaca que apenas 20% do açúcar disponível para a safra 2025/26 está protegido pela São Martinho. Essa exposição pode gerar incertezas no curto prazo, especialmente diante da “forte volatilidade” cambial. Para os analistas, a capacidade da empresa de mitigar riscos será determinante para sustentar a confiança dos investidores. Além disso, o cenário externo exige atenção redobrada, já que a variação cambial impacta diretamente os custos operacionais e os preços de commodities negociadas globalmente.
• Safra 2025/26 e o papel das chuvas favoráveis. Os analistas também ressaltam a importância das chuvas recentes para a próxima safra brasileira de cana-de-açúcar. “Aguardamos ouvir as expectativas da São Martinho para a safra 2025/26”, afirmam Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak. As precipitações positivas devem beneficiar os campos de cana, melhorando a produtividade e reduzindo custos. Isso é particularmente relevante para a São Martinho, que ocupa uma posição de referência entre as usinas do país. A XP projeta que a companhia aproveitará essas condições para otimizar sua produção, especialmente no mix de produtos. Contudo, os desafios relacionados ao clima e às políticas agrícolas ainda podem influenciar os resultados futuros, exigindo estratégias bem definidas por parte da empresa.
• Etanol em destaque nos resultados. “Os resultados de etanol devem se destacar”, apontam os analistas. A melhora na demanda e uma entressafra mais longa do que o habitual impulsionou os preços do combustível, favorecendo a comercialização. A XP estima que a receita do etanol de cana aumente significativamente, com volumes crescendo 44% e preços subindo 15%. Para o etanol de milho, a unidade de negócios deve se beneficiar de custos mais baixos e preços mais altos, resultando em um Ebitda ajustado de R$ 106 milhões e margens de 44,2%. Esse desempenho reforça a diversificação estratégica da São Martinho, que busca equilibrar sua dependência do açúcar com outros segmentos lucrativos. A análise sugere que o etanol será um dos pilares do crescimento da empresa no médio prazo.