Um relatório divulgado pelo Goldman Sachs nesta sexta-feira (31) revelou uma mudança significativa na preferência de clientes institucionais: o ouro (GOLD) superou o Bitcoin (BTCUSD) como commodity mais atraente para 2025, em meio a um cenário de menor apetite por riscos e busca por ativos tradicionais.
A pesquisa, realizada com mais de 300 participantes da Global Strategy Conference em Londres, apontou que 32% dos investidores veem o ouro como a melhor escolha no próximo ano, um salto em relação aos 5% que tinham essa opinião em 2023. Já o bitcoin, que liderava as apostas no ano anterior com 39%, caiu para 25% em 2025.
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O Investment Strategy Group (ISG) do Goldman Sachs Wealth Management destacou que, embora “o preço do ouro no spot subiu 27% em 2024, e o do bitcoin disparou 123%”, nenhum dos dois ativos tem “papel estratégico nas carteiras dos clientes”. Para o grupo, “o ouro não gera renda e, ao contrário da crença popular, não é um hedge contra a inflação”.
Quanto ao Bitcoin, o relatório é taxativo: “não atende aos critérios de um ativo investível”, citando a falta de capacidade de “reduzir volatilidade, oferecer diversificação consistente, gerar fluxo de caixa confiável (como títulos) ou lucros via crescimento econômico (como ações)”.
A mudança de preferência reflete um ajuste estratégico diante de incertezas macroeconômicas e da busca por estabilidade. Enquanto o ouro ressurge como símbolo de segurança, o bitcoin perde espaço entre grandes investidores, que parecem realinhar suas carteiras para priorizar ativos com “exposição ao crescimento econômico real”. Como resume o relatório: “não acreditamos que o ouro ou o bitcoin tenham um papel estratégico nas carteiras” — um sinal claro de que, para o Goldman Sachs, a era da euforia com criptomoedas pode estar dando lugar a um pragmatismo renovado.
Índia e S&P 493
Além da preferência pelo ouro, os clientes do Goldman Sachs reforçaram otimismo com a Índia, eleita pelo segundo ano consecutivo como “melhor oportunidade de investimento de longo prazo entre mercados emergentes”. O país, que busca expandir sua base industrial, tem projeção de crescimento médio de 6,5% ao ano entre 2025 e 2030, segundo o banco.
No mercado americano, mais de 60% dos entrevistados acreditam que as “493 empresas do S&P 500 fora do grupo ‘Magnificent 7′” terão desempenho superior em 2025. O ISG reforça essa visão, afirmando que “ações dos EUA devem superar títulos de médio prazo e caixa”, com base em uma previsão de crescimento econômico de 2,3% no país.
Apesar de ações de mercados desenvolvidos fora dos EUA estarem negociadas com “desconto histórico de 54%” em relação às americanas, o Goldman Sachs justifica a avaliação mais baixa pelos “ritmo menor de crescimento econômico, demografia desfavorável e vulnerabilidades geopolíticas”. Para economias emergentes, o cenário é ainda mais desafiador, com descontos ainda maiores, mas sem atrativos que compensem os riscos.