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Galípolo mudou a missão do Banco Central após 61 anos?

Apesar do tom geral da ata ser mais duro, o texto indica que o comitê acompanhará a evolução da atividade econômica, o que pode indicar uma mudança na ordem de prioridades

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central

A ata da reunião do Copom da última quarta-feira (4) revela que o Banco Central pode estar no caminho de alterar a sua missão definida em 1964, quando foi criado.

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O colegiado, liderado pelo novo presidente Gabriel Galípolo, manteve a sua orientação de nova elevação de 100 pontos-base na próxima decisão em 7 de maio.

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“Depois disso, as decisões continuarão dependentes da evolução do cenário econômico e do comprometimento em atingir a meta”, ressaltam os economistas do Bank of America, David Beker, Natacha Perez e Gustavo Mendes.

De acordo com o BC, a sua missão é a seguinte: “Garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo, e fomentar o bem-estar econômico da sociedade”.

O economista-chefe do Itaú, Mario Mesquista, pontua que o texto da ata destaca a preocupação com a deterioração das expectativas de inflação e indica que o Copom está monitorando a atividade econômica, atento a sinais de uma desaceleração mais acentuada, o que não é o cenário-base deles “nem o nosso”.

No entanto, o Copom alerta para um possível aumento da taxa neutra, devido a uma política fiscal e parafiscal ainda mais expansionista.

“Apesar do tom geral da ata ser mais duro, o texto indica que o comitê acompanhará a evolução da atividade econômica, do repasse cambial e das expectativas. Isso pode, ou não, refletir uma ordem de prioridades – o tempo dirá”, alerta Mesquita.

Por ora, o Itaú projeta o aumento de 100 pontos-base sinalizado para março e mais duas elevações, de 75 pontos-base cada, encerrando o ciclo em 15,75% ao ano.

Discussão incomum

Para o economista-chefe de mercados emergentes do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o balanço de riscos para a inflação foi atualizado e as atas fornecem “uma discussão longa e incomum sobre o balanço de riscos para a inflação”, com ênfase especial na adição controversa na declaração pós-reunião como um risco de queda “um ambiente potencialmente menos inflacionário para economias de mercados emergentes de choques no comércio exterior e condições financeiras globais”.

“Na discussão das atas, esse risco agora é caracterizado como basicamente bilateral: versus preços de mercado, em alguns estados do mundo pode se transformar em um risco de alta para a inflação, mas em outros um risco potencial de baixa, mas em todos os casos, para o Copom, o peso de probabilidade das caudas da distribuição para variáveis ​​externas aumentou”, destaca Ramos.

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