O setor de construção civil enfrenta desafios significativos em 2025, impulsionados pela desvalorização do câmbio, custos de financiamento mais elevados e aumento da Selic, conforme análise de Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni, do Santander (SANB11).
No entanto, o mercado imobiliário brasileiro ainda apresenta pontos positivos, como baixos níveis de estoque em São Paulo, forte regulamentação e demanda sustentada pelo Minha Casa Minha Vida.
Nesse cenário, a Cyrela (CYRE3) foi escolhida como a nova Top Pick entre as construtoras brasileiras.
Os analistas destacam que o valuation atual já reflete uma possível desaceleração nas operações, apesar de projeções robustas, como um CAGR de LPA de 11% para 2024-27 e expansão do ROE para cerca de 19% em 2025.
A empresa também se beneficia de múltiplos atrativos, negociando a 0,8x o P/VPA 2025E e 4,3x o P/L 2025E, ambos próximos dos menores níveis dos últimos cinco anos.
A seletividade no financiamento bancário deve favorecer empresas com balanços fortes, como Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3).
<<< Quer começar a estudar finanças com o pé direito? Clique aqui >>>
Veja o que o Santander disse sobre a Cyrela
• Cyrela: Sólida Execução e Valuation Atrativo. Acreditamos que os níveis de valuation atuais já incorporam uma grande desaceleração, afirmam os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni. A Cyrela apresenta um sólido momento de lucros, com CAGR de LPA de 11% projetado para 2024-27 e expectativa de expansão do ROE para ~19% em 2025. Além disso, seus múltiplos estão excessivamente descontados, com P/VPA 2025E de 0,8x e P/L 2025E de 4,3x.
• Direcional: Forte Posicionamento no MCMV. A Direcional continua bem posicionada no programa Minha Casa Minha Vida, destacam os analistas. A empresa se beneficia de condições de acessibilidade sólidas no MCMV, que sustentam a demanda mesmo em um ambiente econômico desafiador. Com um balanço patrimonial resiliente, a Direcional está preparada para ganhar market share em um mercado com menor oferta de crédito para empresas menos estruturadas.
• Cury: Eficiência Operacional e Baixo Estoque. A Cury se destaca por sua eficiência operacional e baixos níveis de estoque, explicam os analistas. A empresa tem se beneficiado de uma forte regulamentação que protege contra cancelamentos de vendas e de um mercado com escassez de unidades nos segmentos de baixa renda. Esses fatores contribuem para sua resiliência em um cenário de maior custo de financiamento e menor atividade econômica.
• Impactos Macroeconômicos no Setor. A forte e rápida deterioração nas variáveis macroeconômicas pode fazer de 2025 um ano desafiador, alertam os analistas. A desvalorização do câmbio deve pressionar os custos de matérias-primas, enquanto taxas de juros mais altas impactam tanto o financiamento empresarial quanto o imobiliário. O aumento dos prazos mínimos para emissões de LCIs também reduz o volume disponível, dificultando o acesso ao crédito.
• Proteção Regulatória e Demanda Sustentada. Estamos começando o ano com baixos níveis de estoque e forte regulamentação, destacam os analistas. A proteção contra cancelamentos de vendas e as condições favoráveis do MCMV ajudam a sustentar a demanda no mercado imobiliário. Esses fatores mitigam parte dos riscos associados à desaceleração econômica e oferecem suporte às empresas listadas com operações bem estruturadas.
• Perspectivas de Market Share para Líderes do Setor. A seletividade de financiamento deve levar empresas com forte execução e balanço patrimonial a ganharem market share, afirmam os analistas. Empresas como Cyrela, Direcional e Cury estão bem posicionadas para aproveitar esse cenário, graças a suas operações eficientes e capacidade de gerenciar riscos em um ambiente de maior custo de capital. Isso reforça a visão positiva sobre essas empresas em 2025.