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BC fará ‘jogo de cena’ com alta da Selic em março, antes de parar ciclo

No entanto, incertezas sobre a trajetória fiscal, pressões cambiais e surpresas inflacionárias poderiam levar a mais aperto, avalia a Capital Economics

por Gustavo Kahil
Banco Central, BC, Selic

O Banco Central (BC) deve interromper o ciclo de alta dos juros após elevar a Selic a 14,25% na reunião de março, segundo análise da consultoria Capital Economics divulgada nesta terça-feira (25) e obtida pelo Dinheirama, que destaca pressões inflacionárias persistentes, mas projeta desaceleração ao longo de 2024.

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O IPCA-15 de fevereiro, que subiu para 5% em 12 meses, reforçou a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aprovará mais um aumento de 100 pontos-base na Selic, para 14,25%, em 19 de março.

O resultado, acima dos 4,5% registrados em janeiro, refletiu principalmente os ajustes tarifários na energia elétrica e pressões no setor de transportes. “O Copom dificilmente se desviará de sua orientação de pelo menos mais um aperto”, afirmou Jason Tuvey, economista da Capital Economics.

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Apesar do salto na inflação geral, a análise identificou desaceleração em alimentos, saúde e educação. Além disso, a inflação subjacente dos serviços básicos, métrica preferida do BC, recuou pela primeira vez em cinco meses. “Houve notícias melhores em outros lugares”, pontuou Tuvey, sugerindo que parte das pressões pode estar perdendo força.

A Capital Economics ressalta que preocupações com o quadro fiscal e eventuais tensões políticas em torno da autonomia do BC seguem como obstáculos para uma pausa precoce em março. “As autoridades também estarão alerta às preocupações sobre a politização do BC, dadas as recentes mudanças no Copom”, destacou Tuvey.

A projeção da consultoria é de que, com a estabilização do câmbio, controle de riscos fiscais e queda da inflação no segundo semestre, o BC evitará novos aumentos após o próximo encontro. “Achamos que o Copom se absterá de aperto monetário adicional após março”, afirmou Tuvey, condicionando a previsão ao cenário macroeconômico.

Apesar do cenário otimista, a análise alerta que os riscos para a Selic permanecem “diretamente inclinados para cima”. Incertezas sobre a trajetória fiscal, pressões cambiais e surpresas inflacionárias poderiam levar a mais aperto. “A inflação permanece acima da meta de 3%”, lembrou Tuvey, reforçando que a cautela do BC deve persistir.

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