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Fitch faz alerta ao Pão de Açúcar (PCAR4): Refinancie ou terá rating cortado

Perspectiva da nota de crédito foi rebaixada para negativa após "frustrações sobre a esperada recuperação da geração de caixa"

por Gustavo Kahil
Pão de Açúcar, GPA

A Fitch Ratings afirmou o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA(bra)’ da Companhia Brasileira de Distribuição S.A. (CBD), dona do Pão de Açúcar (PCAR3), mas revisou a perspectiva para negativa, refletindo preocupações com a lenta recuperação da geração de caixa operacional da empresa.

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A revisão da perspectiva, segundo a Fitch, “reflete frustações sobre a esperada recuperação da geração de caixa operacional da CBD, decorrente de elevado consumo com pagamento de juros e contingências, que resultará em desalavancagem mais lenta que o esperado e em fluxos de caixa livre (FCFs) negativos nos próximos anos”.

O cenário-base da Fitch assume que a CBD precisará refinanciar R$ 850 milhões em dívidas com vencimento em 2025 e R$ 1,9 bilhão em 2026 para evitar pressões adicionais em sua classificação. Caso a empresa não demonstre uma tendência de desalavancagem nos próximos 12 a 24 meses, o rating poderá ser rebaixado.

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Apesar dos desafios, a Fitch reconhece o bom posicionamento da CBD no varejo alimentar brasileiro, sua escala e modelo multiformato e multicanal, além da expectativa de melhora na rentabilidade. No entanto, a agência de classificação de risco prevê FCFs negativos para a empresa nos próximos anos, equivalentes a 3,1% da receita líquida em 2025 e 1,5% em 2026.

A expectativa de melhora do Ebitdar e da rentabilidade da CBD, para R$ 1,8 bilhão (8,8% de margem) em 2025 e R$ 1,9 bilhão (9,2% de margem) em 2026, será neutralizada pelo elevado desembolso com juros da dívida e contingências tributárias e trabalhistas. A Fitch considerou um crescimento de vendas mesmas lojas (SSS) de 5,0% a 5,5% e investimentos anuais médios de R$ 650 milhões.

A alavancagem da CBD também é motivo de preocupação para a Fitch. A empresa deve operar com indicador dívida líquida ajustada/Ebitdar próximo a 4,1 vezes em 2025, 4,0 vezes em 2026 e 3,8 vezes em 2027, níveis próximos ao gatilho de rebaixamento do rating. A expectativa de FCFs negativos e de aumento da dívida líquida ajustada limita a trajetória de desalavancagem da companhia.

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A Fitch espera que as iniciativas da gestão para reduzir custos, melhorar o sortimento e reduzir perdas de produtos continuem impactando positivamente o desempenho da empresa. A CBD também tem sido eficiente na venda de ativos não estratégicos para melhorar sua estrutura de capital.

O varejo alimentar brasileiro é um setor altamente competitivo, com a CBD enfrentando a concorrência de grandes empresas nacionais e internacionais, além do crescimento do formato de atacarejo. A empresa também enfrenta um ambiente competitivo desafiador nos formatos premium e de proximidade.

A Fitch também destaca o fraco vínculo da CBD com seu principal acionista, o grupo francês Casino, que possui cerca de 23% das ações da empresa brasileira. A agência já analisa a CBD de forma isolada devido às proteções legais que limitam o acesso do Casino ao caixa da empresa.

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