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Como focar no que é importante para um empreendedor

por Neil Patel
3 min leitura
Como focar no que é importante para um empreendedor

Começar um negócio é um jogo mental. Como um atleta olímpico, um mestre de xadrez ou um profissional do tênis no torneio de Wimbledon, você está competindo, executando uma performance e utilizando toda a sua capacidade mental para atingir o sucesso.

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Você precisa pensar como uma startup para ser uma startup bem-sucedida. E como você pensa como uma startup? Quais são os sinais mentais do sucesso?

Para vencer o jogo, você precisa se concentrar nas áreas mais importantes. Identificar essas áreas e então dedicar toda a sua capacidade mental a elas. Que áreas, você pergunta? Pela prova severa da experiência – tanto através dos sucessos quanto das falhas – eu identifiquei quatro delas.

1. Concentre-se em construir o negócio, não em se manter ocupado

Todos nós queremos nos sentir produtivos. E, muitas vezes, para nos sentirmos produtivos, nós simplesmente começamos a fazer alguma coisa, qualquer coisa, tudo.

OK, pare. Respire fundo. Apenas. Espere.

Por acaso você está fazendo coisas que apenas você pode fazer – atividades que vão incrementar o seu negócio? Estar ocupado não é sinônimo de ser produtivo.

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74% dos donos de empresas admitem que a conciliação bancária os mantém afastados de atividades importantes para o desenvolvimento do seu negócio. Donos de empresas gastam 40% do seu dia de trabalho em tarefas que consomem tempo, mas que não desenvolvem o seu empreendimento.

O ponto-chave é gastar tempo com o seu negócio, e não no seu negócio. Em outras palavras, você vai querer evitar realizar um serviço que não contribui de alguma forma para fazer o seu negócio ficar maior e melhor.

Em vez de apenas realizar um trabalho qualquer, gaste tempo de trabalho com aquelas questões estratégicas que exigem um esforço mental.

Wayne Rivers acerta na mosca em seu artigo do Wall Street Journal chamado Quatro Maneiras em que os Empreendedores Desperdiçam o Seu Próprio Tempo”. Eis o que ele diz:

“Se [os empreendedores] devotassem um pouco mais de horas por semana ao desenvolvimento de seus negócios, ao planejamento de longo prazo, a comunicar sua visão e seus valores à sua equipe, a rigorosamente avaliar seus talentos e contratar novos funcionários supercompetentes, e melhorando a qualidade corporativa, eles veriam os dividendos e o impacto imediatamente”.

O que isso quer dizer, em termos práticos? Há algumas coisas a se evitar e outras a se fazer.

Trabalhos a se evitar:

  • Tarefas administrativas;
  • Algumas reuniões;
  • Microgestão;
  • Preenchimento de papelada;
  • Planejamento de viagens;
  • Preparação de slides para apresentação;
  • Interrupções;
  • O projeto ou responsabilidade de outra pessoa;
  • Relatórios;
  • Alguns email;
  • Alguns telefonemas;
  • Questões dos funcionários;
  • Gerenciamento de crises;
  • Folha de pagamentos;
  • Contabilidade.

 Trabalho estratégico ao qual se dedicar: 

  • Planejamento;
  • Preparação;
  • Tornar os valores mais claros;
  • Pesquisa;
  • Desenvolver a visão do futuro da empresa, suas metas, objetivos e resultados almejados (visioning);
  • Escutar os clientes;
  • Lazer;
  • Anotar frequentemente suas ideias e inspirações em um caderno (journaling);
  • Construir relacionamentos.

É fácil ficar agarrado em trabalhos que simplesmente lhe mantém ocupado enquanto eclipsam todo o tempo disponível para realizar um trabalho estratégico.

Steven Covey explica que todo trabalho do dia-a-dia é urgente, mas não é importante. E todo trabalho estratégico é, em contraste, importante, mas não é urgente.

É provavelmente por isso que é tão difícil fazer as coisas que são realmente importantes. Elas não passam o sentimento de que são importantes. O trabalho estratégico certamente parece menos importante do que outras coisas que clamam pela sua atenção.

É preciso uma incrível resolução mental para afastar a pilha de urgências e criar tempo para as coisas realmente importantes – o desenvolvimento do seu negócio. Faça o que realmente importa.

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2. Tenha foco na venda do seu produto, não em conseguir financiamento

A maioria das startups precisa de financiamento. Portanto, a maioria dos empreendedores gasta muito tempo correndo atrás de dinheiro. Esse é um grande erro. O financiamento não desenvolve o seu negócio. A venda de produtos e serviços, sim.

Dana Sverson já correu atrás de financiamento algumas vezes. Ele aprendeu alguns segredos de como esse processo funciona, mas também já se prejudicou por correr atrás do dinheiro em detrimento do seu negócio.

Aqui está o seu conselho: “Não deixe este processo te consumir. O seu negócio é constituído pelos seus clientes, não pelos seus investidores”.

O diretor da Microsoft Ventures ecoa o conselho de Sverson, apesar de que ele o faz da perspectiva de um investidor. A essência do seu conselho é: “Investidores ruins podem desperdiçar um tempo valioso e desencaminhar as visões de uma empresa”.

Praticamente qualquer um que tenha passado pelas dificuldades de levantar investimentos pode compartilhar as histórias de investidores falsos, oportunidades vazias, labuta interminável e total desperdício de tempo.

Alexander Mittal, CEO do Funders Club, vê empreendedores fazendo isso o tempo inteiro: “Muitos empreendedores de primeira viagem ficam obcecados com o levantamento de fundos e, pior, deixam que isso se torne uma prioridade em lugar do que realmente importa: o desenvolvimento de produtos e a comunicação com os clientes”.

Há algo mais importante do que levantar investimentos. O que é? Vender o seu produto. No fim das contas, os investidores desejarão ver alguém que é bom em vender o próprio produto, não alguém bom em vender uma ideia de negócio. Não coloque a carroça na frente dos bois.

Se você já possui seu capital inicial, preocupe-se com o negócio, não com o próximo estágio do financiamento.

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3. Tenha foco nas coisas que lhe empoderam, não naquelas que lhe desencorajam

Perdoe-me o aforismo de biscoito da sorte, mas eu preciso dizer: faça aquilo que lhe empodera. Evite aquilo que lhe desencoraja.

O termo “empoderar” tem sido esmiuçado por declarações de visão corporativa, pôsteres motivacionais e clichês relacionados a negócios.

Então, por que faço uso dessa palavra? Porque como líder de uma startup você precisa proteger a sua moral. E o modo pelo qual você protege a sua moral é se dedicando a atividades que o empoderam.

Toda essa questão sobre empoderamento pode soar um pouco fantasiosa e pseudo-científica, então deixe-me prová-la a partir do campo da psicologia da personalidade.

Quando você se sente empoderado, você tem mais chances de ser bem-sucedido. Um estudo do The Quarterly Journal of Economics explica que “a confiança nas suas próprias habilidades geralmente melhora a motivação”. Para sentir essa confiança, você tem que se dedicar às atividades nas quais você é bom.

Pesquisadores de psicologia chamam isso de “motivação pela realização” – atingir a excelência em sua área de especialização. No Journal of Personality, pesquisadores explicam que “a motivação pela realização prediz o sucesso no empreendimento”.

Suas conclusões, extraídas de décadas de estudo, mostram que pessoas com alta motivação por suas realizações também possuem forte controle executivo. Elas possuem uma poderosa memória de trabalho, capacidade de raciocínio, de resolver problemas e flexibilidade para executar tarefas.

Essas características meio que resumem o que um empreendedor deve ser, certo? Então, como alcançar esse perfil de sucesso? Não é complicado. Faça o que você faz melhor, faça aquilo que você ama e faça aquilo que o empodera.

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4. Tenha o foco em escutar os seus clientes, não apenas os críticos

Para ampliar o seu negócio, você precisa dar ouvidos à coisa certa. A maior parte dos consultores de negócios vai pedir que você escute os seus clientes.

Poucos consultores lhe dirão que você deve ignorar os críticos. Eu aprendi que escutar a opinião ou o conselho de todo mundo pode ser debilitante. A forma mais rápida de fazer algo estúpido para o seu negócio é recebendo conselhos de alguém que não entende nada sobre o seu negócio.

Existe um grupo de pessoas que entendem o seu negócio da forma mais importante. Eles conhecem uma faceta do seu negócio que você jamais compreenderá completamente. Esse grupo de pessoas são os seus clientes.

Os clientes são um dos mais valiosos ativos de seu negócio. Você gastou dinheiro para atraí-los. Eles experimentaram o que você tem para oferecer. Você deve a eles a disponibilidade de escutar o que eles têm a dizer.

Escute as histórias deles. Aprenda a sua jornada. Entenda como eles se comportam. Interprete essas informações.

Você precisa escutar alguém, então escolha com cuidado. Seus clientes possuem algo a dizer, algo que vai fazer crescer o seu negócio. Escute-os.

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Conclusão

Existe um milhão de coisas para se fazer numa startup. Mas a maioria dessas coisas são uma perda de tempo. As coisas realmente essenciais são poucas:

  • Foco no desenvolvimento do seu negócio, não em resolver tarefas do dia-a-dia;
  • Foco em vender o seu produto, não em levantar investimentos;
  • Foco em exercer aquelas atividades que te empoderam, não aquelas que te desencorajam;
  • Foco em escutar os seus clientes, não apenas os críticos.

Esta não é uma lista definitiva. Esse é o ponto: focar. Você nunca vai vencer no jogo mental dos negócios se você for incapaz de focar. É hora de começar a focar nas atividades mais significativas: coisas que farão seu negócio crescer e prosperar.

Quais são os seus truques mentais para ser bem-sucedido nos negócios? Até a próxima.

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