Com toda a certeza, ter um filho (ou mais) é uma decisão muitas vezes consciente, repleta de emoção e planos. Por exemplo, saber quanto custa um filho é um dos pontos de impacto na vida dos pais.
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No entanto, em muitos casos, a notícia da chegada de um filho é uma surpresa. Por isso, fica o sentimento de que a vida vai mudar muito dali em diante. Será que os envolvidos estão prontos para a responsabilidade e para os gastos que virão?
A verdade é que uma família com filhos é bastante diferente do ponto de vista do planejamento e educação financeira.
Eu sempre recebo muitas dúvidas sobre quanto custa um filho e costumo responder de forma simples e objetiva: não é barato, mas é maravilhoso.
Quer ter filhos? Planeje-se antes!
Quanto antes começar a pensar nas possíveis mudanças que a chegada de um filho vai trazer, melhor.
Assim, um dos aspectos essenciais é o planejamento financeiro. Dependendo de como são suas condições de vida hoje, pense:
- Será que a casa em que moramos hoje é ideal para a chegada de um bebê?
- A realidade financeira da família comporta mudanças para termos tudo de que necessitamos?
- Tenho alguma reserva financeira ou sou capaz de construí-la para comprar itens importantes antes e durante a chegada do filho?
As perguntas podem parecer um pouco exageradas, mas a verdade é que quanto melhor planejar a chegada do filho, melhor.
É claro que nem tudo pode ser antecipado ou planejado com antecedência, mas o ponto que levanto é outro: sua vida financeira vai mudar.
Gastos que você nem imaginaria ter serão corriqueiros e isso significa que você terá que deixar de lado muitos hábitos comuns da vida sem filhos.
Isso sem contar possíveis impactos no lado profissional, pois ainda é comum encontrar empresas que desligam mulheres por conta da gravidez.
O custo de um filho é “apenas” mais um
A vida com filhos continua e tudo que eventualmente custaria para ser mantido, permanecerá assim. Agora com o ponto de quanto custa um filho.
Suas dívidas, a necessidade de se cuidar, o cuidado com a casa, suas decisões de investimento, tudo segue como antes.
Porém, há agora uma conta especial: sua prole. Sua prioridade. O planejamento evitará que você erre nas decisões financeiras.
Além disso, por se tratar de uma fase recheada de muita emoção, é prudente usar ferramentas de controle financeiro para “controlar o coração”.
Um bom pré-natal também requer cuidados financeiros, bem como a chegada do bebê e seus primeiros anos de vida.
Criar filho de 0 aos 18 anos
A esta altura, você deve estar pensando que ter um filho não é nada barato. Pode ser verdade, mas será que dá para quantificar esse sentimento?
O Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (INVENT), fez uma estimativa do custo de um filho. E eles foram não apenas dos 0 aos 18 anos, mas até aos 23 anos. Confira:
- Famílias que ganham até R$ 2.000,00 por mês gastam cerca de R$ 54 mil dos 0 aos 23 anos de vida de um filho;
- Quem tem renda entre R$ 2.000,00 e R$ 6.000,00 vê o valor passar dos R$ 400 mil no período;
- Famílias que ganham entre R$ 6.000,00 e R$ 25.000,00 chegam a quase R$ 1 milhão de despesas com os filhos;
- Os mais ricos, com renda mensal acima de R$ 25.000,00 gastam R$ 2 milhões ou mais.
O estudo baseia-se em uma média, mas a região ou até mesmo a cidade em que se cria o filho pode mudar bastante os números.
Em São Paulo, os valores mostrados acima podem facilmente dobrar dependendo dos desafios durante o crescimento do filho.
O recado é claro: precisamos aprender a controlar melhor nosso dinheiro, economizar e, claro, guardar todo mês – isso precisa ser um hábito.
Leia mais: Adolescência – alvo fácil para o consumismo
Quanto custa um filho: como economizar
Cuidado com o exagero na hora de comprar roupas, brinquedos e afins, principalmente nos primeiros anos de vida da criança.
Quando pequenos, precisamos muito mais de atenção, disponibilidade e educação que de coisas para colecionar ou enfeitar o quarto.
Além disso, os pequenos crescem muito rápido e “perdem” roupa na mesma velocidade. Nesse sentido é preciso levar em conta essas perdas para saber quanto custa um filho.
Além disso, eles não “brincam” como imaginamos. Já que é enorme a quantidade de tempo que nossas crianças e jovens passam nos celulares e computadores.
Tecnologia é importante, mas estar sempre em dia com ela custa caro e pode complicar bastante o orçamento e a formação das crianças.
Soa clichê, mas é fundamental que nossos filhos passem mais tempo de qualidade com os pais e em atividades lúdicas.
Além de um desenvolvimento mais sadio, viver mais aventuras e comprar menos coisas também ensina muito sobre educação financeira.
Portanto, comprar o essencial e fazer um planejamento envolvendo quantidades de fraldas, itens de higiene e dia a dia é essencial.
Ah, cuidado também para não mimar depois o(a) pequeno(a). Jamais troque um abraço ou a importância da presença por presentes, não funciona.
Se você passa um tempo trabalhando e alguém cuida de seu filho, não se culpe. Não tente compensar isso com coisas.
Pelo contrário, ensine sobre a importância do trabalho e aproveite seu tempo livre com o pequeno para estar com ele.
Custo mensal de um bebê
De forma resumida, discutirei abaixo as principais despesas envolvendo as fases iniciais de vida de um filho.
Pré-natal
A fase em que a vida já existe e o novo ser humano está em gestação é linda, mas também requer planejamento financeiro.
As consultas do pré-natal são muito importantes e frequentes – ocorrem uma vez ao mês até a 23ª semana de gravidez e a cada 15 dias depois disso.
Além da questão das consultas, muitos exames precisarão ser realizados: ultrassonografia, diabetes gestacional, sangue, urina, Coombs etc.
Um bom plano de saúde cobre tudo isso, mas será que você tem condições de pagá-lo? E se tudo for feito em consultórios particulares?
Um pré-natal bem feito custa tranquilamente mais de R$ 3 mil, então é fundamental pensar nisso com antecedência.
Neste sentido, antecipe-se e tenha um plano de saúde bem antes de pensar em engravidar. Há uma questão de carência que requer cuidado.
Parto
Aqui é fundamental considerar qual será a escolha e como será feito o parto. Isso porque o custo é elevado no caso de ser feito de forma particular.
Os planos de saúde costumam cobrir o parto, mas existem casos de problemas com casos em que nem todas as despesas são cobertas.
Segundo levantamento da Revista Exame, um parto particular pode custar entre R$ 10 mil e R$ 32 mil. Planejamento é a chave.
0 a 3 anos
O foco aqui é o conforto, bem-estar e a correta alimentação e cuidados básicos com a saúde da criança.
Entram em cena custos com o carrinho, remédios, vacinas, consultas no pediatra, fraldas, itens de higiene e por aí vai.
Por exemplo, só de fraldas você pode gastar mais de R$ 6 mil nos primeiros dois anos. Atenção para o orçamento.
Guarde para criar os filhos com mais tranquilidade
Você pode fazer muita diferença para tornar seu dia a dia mais tranquilo ao criar os filhos, principalmente no lado financeiro.
Para tal, o mais importante é economizar parte do que ganha e aprender a guardar e investir. Antes, porém, defina alguns objetivos:
- Reserva de emergência: pode ser que você precise de dinheiro para resolver algo inesperado envolvendo seu filho, então é bom ter de onde tirar;
- Próximas fases do filho: guardar hoje para outros momentos da vida de seu filho, que só acontecerão no futuro, ajudará você a atravessar as fases sem problemas financeiros;
- Futuro dos filhos e sua aposentadoria: preocupe-se também em guardar pensando no longo prazo, pois isso vai ajudar você a ter condições de ser mais útil aos filhos quando eles estiverem maiores e você ficará tranquilo(a) para reduzir o ritmo de trabalho.
Planejamento financeiro com filhos
O principal é controlar bem as finanças, podendo usar uma planilha de controle financeiro ou até mesmo aplicativo ou caderno.
Além disso, procure liquidar suas principais dívidas antes do bebê nascer e economize no chá de bebê/fraldas.
Estabeleça um limite mensal para compras envolvendo o bebê, desde as roupas até outros itens essenciais.
Considere o esforço financeiro de ter um plano de saúde para o bebê e suas próximas etapas, isso pode significar muita economia com o tempo.
Além disso, envolva as crianças em atividades que mostrem a importância da educação financeira.
Conclusão: tenha em mente quanto custa um filho
O custo financeiro de um filho pode ser alto, mas o lado emocional compensa muito – principalmente quando o foco é a boa criação.
Ainda assim, as finanças pessoais precisam de muito planejamento, controle e cuidado para auxiliarem no crescimento e em todas as fases.
Aprender a guardar dinheiro é essencial para criar uma reserva financeira capaz de bancar diferentes momentos e facilitar algumas decisões.
Aceite o desafio de começar seu orçamento, registre suas receitas e despesas, guarde dinheiro e aproveite cada vez melhor o tempo com seu filho.