Olá amigo! Há um tema com o qual venho flertando já faz um tempo, e temos planos de explorá-lo mais ainda aqui no Dinheirama. Tudo na vida nasce das nossas próprias necessidades e experiências e, assim sendo, posso dizer que o tema já tem muito material bom, aguarde!
Uma das relações mais complicadas que existe, é entre filhos e dinheiro. E tudo isso por tabus que são passados de geração para geração, sem qualquer questionamento. Pior que isso, ainda se parte da velha premissa de que crianças são “bobinhas” e acabamos subestimando os pequenos. Erro “infantil”.
Os olhinhos que tudo veem!
Ah, como se subestima a criança quando o assunto é dinheiro… Isso é algo que jamais deve ser feito. Crianças são muito mais espertas e observadoras do que eu e você. Mentir ou omitir a verdade ao dizer para o filho que não tem dinheiro é repetir uma falácia secular que, além de promover outros desserviços, serve para quebrar a confiança entre pais e filhos.
Como assim? Simples. Você acaba de sair do cinema, onde pagou pelos ingressos, pipocas e bebidas. Em seguida, vocês tomam um sorvete, para, na sequencia, pagar o estacionamento do shopping.
Porém, ao passar pela loja de brinquedos, após o pedido de “compra pai”, você̂ solta aquele sonoro “Não, papai não tem dinheiro!”. Ele pode até não falar por medo ou respeito, mas dentro daquela cabecinha rolou algo como: “Ueeeepaaaa! Tá pensando que sou bobo? Pagou cinema, pipoca, sorvete e não tem dinheiro para o brinquedo?”.
Leitura recomendada: Livros ensinam crianças a lidar com dinheiro (presenteie-os com educação financeira)
A beleza rara da mente infantil é que a lógica dela é binária: “sim ou não”. Ela não entende ainda aspectos subjetivos como “caro ou barato”.
É aí que entra a maturidade na relação: a explicação para a negativa deve se embasar em fatos que possam ser compreendidos e não conflitem com uma mentira óbvia – já que, pela simples observação, seu filho sabe que você tem dinheiro.
Por exemplo: diga que há datas específicas para ganhar brinquedos, como Natal e aniversário; mostre que ele tem muitos brinquedos; fale sobre o acúmulo de lixo no planeta, questione-o, dentro deste tema, se ele quer viver em um mundo cheio de montanhas de lixo, como no filme Wall-E, da Disney, entre outras justificativas bem ilustradas que façam sentido para a criança.
Conclusão
Assim, fundamentando tudo isso, introduza a ideia de que dinheiro é finito e apresente o conceito de negociação, isto é, a noção de que para se ter uma coisa, é necessário abrir mão de outra. Só não confunda negociação com a tão arraigada chantagem, no velho estilo “se não comer tudo, não vai ganhar tal coisa”; isso só serve para criar outro chantagista.
Ficou claro como velhas crenças podem ser prejudiciais? Parece bobagem, um detalhe entre tantos, mas não é. A relação de respeito e confiança se constrói, literalmente, desde o berço.
Está em nossas mãos deixar um rastro duradouro e uma nova forma de pensar e agir. Pouco importa o que nossos avós falavam. O que importa é que as crianças são seres como nós, com a enorme vantagem de estarem como uma folha em branco: prontas para ganharem contornos e cores.
Criar um “serzinho” é uma oportunidade única; não a desperdice. Um abraço e boa sorte com a próxima ida ao shopping! Até nosso próximo encontro.
Ebook gratuito recomendado: Como falar sobre dinheiro com o seu filho