Mauricio comenta: “Navarro, estou endividado e não consigo no momento aumentar mais a minha renda. Tem alguma dica de outra forma de melhorar a minha situação? Obrigado”.
Aumentar a renda. Endividado. O retrato acima é comum e o teor da mensagem é o mesmo de centenas de e-mails que recebemos toda semana. Quero chamar sua atenção para algo que já é praticado por várias pessoas, mas que talvez você ainda não tenha se dado conta: a compra e venda de produtos usados e o impacto disso nas finanças pessoais.
Em qualquer momento da vida, mas principalmente em tempos de crise econômica, é muito comum percebermos um aumento nos negócios de produtos usados.
Um bom exemplo para o momento é o ramo dos automóveis, onde temos observado um movimento decrescente na venda de carros novos, enquanto o comércio de carros usados segue sem sofrer tanto com a crise (em alguns casos, lucrando mais e com atividade mais forte).
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Mas por que ainda há tantas pessoas reticentes em comprar um produto usado, ou mesmo vender artigos usados que possuem e que já não tem mais serventia?
O velho problema das aparências…
Recordo a você que todas as nossas ações partem dos nossos pensamentos; estes, por sua vez, são guiados por nossos valores, princípios, educação recebida e experiências de vida.
Dessa forma, se temos alguns padrões de pensamento enraizados em nossa mente, certamente nossas decisões serão pautadas por eles, para o bem ou para o mal.
O problema neste sentido é que somos muito bombardeados pela mídia, que vende a ideia de que só seremos pessoas de sucesso, respeitados e admirados enquanto possuirmos os “melhores” bens de consumo e serviços disponíveis.
Esta falsa associação nos faz pensar que sempre devemos ter tudo “do bom e do melhor” para então sermos “aprovados” pelos familiares e amigos. Tudo entre aspas porque é algo empurrado pelos outros, não algo que sentimos de verdade.
Com isso, muitos se esforçam (e passam dos limites, se endividando sem necessidade) para sempre comprar os “melhores” e mais novos produtos ou serviços. A coisa toda vira uma espécie de competição.
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Os usados podem ser uma ótima opção
Embora a compra de um artigo usado possa embutir maiores riscos em relação ao produto novo, principalmente no que diz respeito à durabilidade, já existem muitas formas de proteção ao consumidor que minimizam estes riscos e favorecem essas transações, que costumam gerar excelentes benefícios financeiros.
Volto ao exemplo dos carros usados. Há ótimas opções de veículos seminovos, principalmente entre as marcas japonesas, que oferecem uma excelente relação custo-benefício, com ótima durabilidade e com preços similares aos dos carros populares zero km, que oferecem pouco ou nenhum conforto e segurança.
Os eletrônicos também escondem verdadeiras pechinchas quando perdem seu status de novo. Já existem sites especializados em vendas de smartphones usados, que antes de serem vendidos, passam por uma avaliação completa (e possuem inclusive garantia contra defeitos).
Se levarmos este conceito para outras áreas, por que não comprar móveis usados, roupas usadas, eletrodomésticos usados e tudo o mais que você imaginar e que faça sentido para você e sua família?
Aplique o mesmo raciocínio para a venda de bens que você não usa mais, para gerar renda e liquidez.
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Conclusão
Mais uma vez lembro que o objetivo desta reflexão é mostrar, principalmente para quem está em uma situação financeira difícil, que é possível economizar um bom dinheiro com a compra de usados e também gerar algum dinheiro com a venda de bens que não utilizamos mais.
Seja para aliviar situações financeiras mais críticas ou mesmo como um estilo de vida que visa um melhor aproveitamento dos bens de consumo, fica o convite para você considerar o uso mais frequente de produtos usados.
Repense qual é o motivo que te leva a trocar seus bens e com que frequência você costuma fazer isso. Decisões acertadas, principalmente com produtos de maior valor, poderão ajudá-lo a manter um melhor equilíbrio na vida financeira. Um abraço e até a próxima!