Por Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial.
Caros leitores, em tempos de pessimismo, de ressaca das euforias e de expectativas pelos duros ajustes que virão, o que nos resta? Nos resta seguir em frente.
Sem nenhuma ironia ou receita de bolo, o foco desse texto será exclusivamente o seu entusiasmo (ou a falta dele eventualmente).
Não se engane, o cenário onde você atua (a nossa economia) poderia ser bem mais potente, mas apesar de tudo, resiste, e ainda é um oceano de oportunidades.
As expectativas frustradas
Eu entendo, você esperava que nesta altura do campeonato já estaríamos caminhando em direção a uma economia moderna, rumo à maturidade.
Mas as coisas não são assim tão simples meu amigo. Não deixam de ser expectativas legítimas, mas tão irreais quanto.
Não estou defendendo aqui a alienação, ou a acomodação. Porém, uma outra realidade precisa ser considerada. Um mundo de oportunidades e coisas para serem feitas.
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Em uma vida econômica tão disfuncional como a nossa, sobram oportunidades para o destaque, para o prodígio.
Sim, isso mesmo, individual, nada de coletivo. Sugiro (ao menos por um tempo) uma pausa na “ditadura do politicamente correto”.
Você nasceu, ganhou uma única vida para viver, e ela vai se encerrar, talvez em menos tempo do que você espera.
Portanto, para quem não tem tempo a perder, e se cansou do ideário “bonitinho” e cosmético dos últimos tempos, destaco abaixo uma coletânea de conceitos para não somarmos com a multidão de insatisfeitos – que nada fazem para romper o ciclo do desastre.
1. A vida é darwiniana (em países em desenvolvimento é darwiniana ao quadrado).
Assuma desde já, e sem frescuras, essa realidade. Encare desde já o campo de batalha tal como ele se apresenta e pare de divagar.
2. Não gaste mais do que a sua receita.
Isso é difícil? É quase impossível? Problema seu. Caso não consiga colocar essa fórmula em prática, saiba que fracassará.
3. Desenvolva uma visão de fundo, em ampla perspectiva.
Isso é essencial, mas não caia na armadilha de negligenciar os detalhes. É ali, no universo das pequenas coisas, que um projeto encontra a sua morte.
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4. Não se importe com a arrogância ou a pretensão alheia.
A maioria das pessoas que você encontra em salas de reuniões e encontros de negócios não tem soluções para nada.
Pouquíssimos conseguem planejar ou implementar algo concretamente. Vivemos em uma era onde a retórica alimenta a retórica.
5. Não tente agradar a todos.
Deixe para lá essa história de querer ser “o cara legal”. Sim você colecionará inimigos e críticos (grande coisa).
Nunca de esqueça que um homem sem inimigos é também um homem sem valor. Faz parte do jogo, pare de choramingar.
6. Caso deseje ser socialmente atuante, pondere alguns aspectos.
Não, não espere ler aqui uma recomendação pautada na onda do politicamente corretismo.
Organize a resistência ao estatismo brasileiro; que mata a nossa produtividade, burocratiza a vida empresarial, e se intromete cada vez mais na sua vida privada.
Este status quo quer controlar o que você pensa ou diz, mas negligencia com incompetência persistente as principais atividades e responsabilidades de um aparelho estatal decente.
Nada traria melhor resultado para o bem estar social do que atenuar esse estado de coisas.
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7. Assuma que as pedras do caminho surgirão.
Se deseja mesmo garantir um lugar ao sol, deve estar preparado para persistir, e prosseguir, com o que lhe restou de confiança e recursos por um bom período, antes de ver a luz ao final do túnel.
8. Seja original, sem ser iludido.
Saiba reproduzir de forma rentável e aplicável aquilo que de alguma forma já funciona. Aos poucos construa o seu espaço próprio, os seus conceitos, o seu produto ou serviço.
9. Cultive a sua personalidade.
Saiba fugir do senso comum e, convicto de seus argumentos, tenha a coragem de pensar por conta própria e defender leoninamente suas crenças, sem se preocupar em ser aceito ou com “narizes torcidos”, mas por favor, sem perder o senso crítico.
O espaço para o empreendedorismo de palco está se esgotando.
10. Lide com a descrença.
Se deseja inovar, esteja preparado para toda a desconfiança que surgirá ao seu redor. Mas não seja bobinho, e mantenha ao menos um pé e se possível a metade do outro também, firmes no chão.
11. Priorize a realização.
O que significa em termos empresariais, obviamente, construir algo que se sustente em termos econômicos.
Contudo, menos preocupado com os ganhos financeiros imediatos que podem migrar para o seu bolso. Ao mesmo tempo, não se esqueça jamais que o objetivo primordial de um empreendimento é remunerar o capital dos seus sócios.
Resumo da ópera: menos imediatismo = resultados mais sólidos.
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12. Não se apegue aos modismos de gestão.
Desenvolva um estilo próprio, sem se importar com o aval dos “especialistas”.
Caso conclua que em determinado momento ou estágio é necessário ser controlador e centralizador, simplesmente haja como tal e ponto final.
Deixe os modismos ou “a última onda” para os teóricos do capitalismo
13. Não perca tanto tempo na busca de reconhecimento
Isso raramente acontecerá, e saiba desde já que erguer um negócio lucrativo e inovador, que confronta padrões pré-estabelecidos e conceitos vigentes, trará desafetos, inimigos, detratores e muitas críticas antes de dar certo.
14. Não se torne um alienado iletrado
Permaneça em contato com o noticiário (político e econômico). Não se esqueça, são nos labirintos do poder público que a sua vida é decidida em um país tão estatal como o Brasil.
Até o próximo.