A Análise Gráfica, também conhecida como análise técnica, consiste no estudo dos preços e dos volumes negociados por uma dada ação. Todas as informações pertinentes para o estudo das ações estão representadas nos gráficos, na medida em que este traduz o comportamento de todos os agentes presentes no mercado, sejam os fundamentalistas, os insiders (que possuem informações privilegiadas), os grafistas ou mesmo os amadores, que compram e vendem sem critérios fundamentados. O artigo de hoje traz detalhes sobre figuras gráficas básicas.
As figuras são teoricamente divididas em continuidade e reversão, pois com maior freqüência elas resultam nessas ações. Porém, é recomendável aguardar a confirmação do rompimento para confirmar a continuidade ou reversão do preço do ativo. Vamos conhecer as figuras de acordo com sua característica.
Figuras de continuidade
Retângulo: formado por um nível de suporte e resistência. Veja um primeiro exemplo:
No retângulo exemplificado abaixo há outro nível de suporte e resistência no interior do retângulo. Veja:
Triangulo: formado por duas linhas de tendência onde o preço passa a rebater em seu interior, até romper para um dos lados. Veja um primeiro exemplo:
No exemplo abaixo, podem ser vistos um retângulo que deu continuidade à sua tendência e alcançou seu objetivo, um triângulo descendente que deu continuidade à sua tendência e em seguida outro triângulo descendente que foi rompido contra a sua tendência (fato comum em se tratando de triângulos não simétricos):
Bandeira/Flâmula: formadas por um mastro (que é a impulsão da tendência formada) e por uma área de formação lateral (momento em que há uma indefinição da continuidade da tendência). Veja um primeiro exemplo:
Figuras de reversão
Ombro-Cabeça-Ombro (OCO): Em um movimento de alta, há a formação de um topo (ombro esquerdo) seguido por um topo mais alto (cabeça); após essa formação, há um enfraquecimento e a formação de um terceiro topo (ombro direito) abaixo do topo anterior e semelhante ao outro topo (ombro esquerdo). Abaixo desses três topos, há um suporte respeitado (reta pescoço) que, se rompido após o terceiro topo, dará inicio à consolidação da formação que alcançará o objetivo da amplitude do segundo topo (cabeça). Vale ressaltar que a formação apenas é confirmada com o rompimento da linha de pescoço. Veja:
É comum o ombro direito ser o pullback da linha de tendência de alta (LTA) rompida, conforme ilustrado no gráfico abaixo:
Topo Duplo: formação de dois topos consecutivos no mesmo nível, identificado pela letra M. A formação é confirmada após o rompimento do último fundo e o objetivo é calculado projetando para baixo a amplitude da última perna de alta, de forma que a formação seja simétrica com sua porção anterior. Veja:
Fundo Duplo: formação de dois fundos consecutivos no mesmo nível, identificado pelo letra W. A formação é confirmada após rompimento do último topo e o objetivo é calculado projetando para cima a amplitude da última perna de baixa, de forma que a formação seja simétrica com sua porção anterior. Veja:
Em nosso próximo artigo seguiremos na apresentação da teoria da Análise Gráfica e apresentaremos as figuras gráficas mais avançadas. Até lá.
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Leandro Martins é economista com MBA em finanças pela USP e FIPE e com mestrado em economia na Universidade de Grenoble (França). Profissional de Investimento certificado com o CNPI registrado pela CVM, fundador do site www.seuconsultorfinanceiro.com.br e autor do livro “Aprenda a Investir – Saiba Onde e Como Aplicar Seu Dinheiro” (Editora Atlas).
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