Observo que quando um novo ano se aproxima é comum alguma insatisfação pessoal ficar evidente, talvez porque temos a ilusão de que tudo será diferente. É como se, num passe de mágica, no réveillon nossos descontentamentos ficassem para traz. Falo isso, pois tenho ouvido muita gente reclamar a respeito da vida profissional.
Falam sobre o tédio da participação nas festas de confraternização, da certeza de que no ano novo a rotina de trabalho será a mesma, da carga de trabalho que só aumenta, entre outras lamentações. Acontece que viver reclamando da situação de trabalho e não fazer nada para mudá-la são posturas que só reforçam a sensação de inutilidade.
Essas atitudes negativas dificultam muito a busca por melhores oportunidades, já que também prejudicam nossa autoestima. Quem de nós nunca presenciou conversas repletas de queixas durante o cafezinho? Tratam-se de atitudes de passividade e vitimização que acabam contaminando o clima organizacional.
Que fique claro que eu não vejo problema em partilhar o descontentamento com os colegas de trabalho. O problema é que existem certas pessoas que só fazem isso! Na hora da reunião com o gerente, por exemplo, são incapazes de uma palavra ou de uma sugestão para melhorar a qualidade das atividades e tentar reverter o quadro que julga ruim. Não são capazes nem mesmo de cuidarem de sua vida buscando a satisfação pessoal. Estão ali somente para reclamar!
O cotidiano profissional tem seus momentos de alegria, satisfação, tédio e monotonia. É ilusão acreditarmos que seremos felizes para sempre em nossa profissão, pois os descontentamentos fazem parte da vida. É preciso aprender com eles e amadurecer nosso olhar e sentimentos nesse sentido. Mas, se mesmo assim a situação causa sofrimento, siga o conselho de Max Gehringer: “se a empresa não muda, mude você.”
O que fazer quando tudo fica sem sentido
Quando as pessoas trazem-me suas queixas profissionais, costumo dizer que se desejamos ter tranqüilidade e satisfação em nosso trabalho é preciso responder a seguinte pergunta: “O que eu quero para minha vida?”
Essa questão óbvia não é levada a sério quando o desgaste e descontentamento no trabalho começam a surgir. Ela é ponto de partida para uma série de questionamentos e definição de metas a serem atingidas. Por não saberem o que querem para sua vida, muitos profissionais inteligentes e talentosos terminam por funcionar em câmera lenta, incertos de seu papel no mundo e contribuindo muito pouco para a melhoria de sua vida e, conseqüentemente, da sociedade em geral.
Não caia nessa armadilha simplista da reclamação. Se você não está satisfeito em seu trabalho, procure traçar um plano pessoal de mudança, afinal ninguém merece passar horas do dia preso a uma atividade detestável o que traz quase nenhum sentimento de realização.
Sonhos difíceis normalmente geram idéias muito criativas
Ao responder a questão “o que quero para minha vida?” talvez você julgue que a solução seja complicada. Para isso, Oscar Motomura ensina que, normalmente, a melhor equação para transformar nossa vida dá a impressão de ser impossível de ser resolvida, mas só no primeiro momento, já que nossa capacidade de realização é infinita, basta o querer.
Descubra o sentido de sua vida antes que o vazio existencial acabe em anos de trabalho sem satisfação. Tente responder as questões:
- Você está procurando sentido para sua vida no lugar certo ou é um espelho do que os outros julgam ser o melhor para você?
- Quais os valores que guiam sua vida?
- Você assume sua parcela de culpa nessa insatisfação profissional?
- O que tem feito para mudar a situação?
- Quais são suas alternativas de mudança?
- Administra bem suas finanças para investir em seus sonhos?
- Vai esperar o ano novo para começar a agir?
Espero que eu tenha conseguido inspirar você a cuidar com muita dedicação de sua vida pessoal e profissional para que todos os seus dias sejam Ano Novo! E chega de reclamação, combinado?
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